Prevalência da vacinação contra hepatite B de graduandos em Odontologia do UNIFESO/RJ
Palavras-chave:
Hepatite B, Controle de infecções, Riscos ocupacionaisResumo
Durante o atendimento odontológico existe um risco potencial para a transmissão de doenças infecciosas tanto para o paciente como para o dentista. Dentre estas doenças, incluem-se as hepatites virais, as quais podem ocasionar complicações importantes como a cirrose e o câncer. Foi verificada a cobertura vacinal para hepatite B nos alunos do curso de graduação em Odontologia do UNIFESO, no estado do Rio de Janeiro, através de um instrumento de coleta de dados, com participação voluntária, sendo a amostra final composta de 180 participantes. Os dados foram analisados estatisticamente no SPSS® versão 11.01. Os resultados demonstraram que 133 alunos (73,9%) já haviam sido vacinados para hepatite B com pelo menos uma dose, 37 (20,5%) não tinham se vacinado e 10 (5,6%) não responderam. Quanto ao número de doses aplicadas durante o processo de vacinação 44 alunos (24,4%) receberam uma dose, 89 (49,5%) duas doses, 37 (20,5%) nenhuma, e 10 (5,6%) não responderam. Nenhum participante assinalou a série vacinal completa. Cento e sessenta e cinco alunos (91,7%) não sabiam da necessidade da verificação da soroconversão após a 3ª dose, uma vez que a simples vacinação não é garantia da proteção imunológica, estando estes indivíduos susceptíveis ao risco ocupacional na prática odontológica. Concluiu-se que há necessidade de maiores informações aos estudantes quanto à importância da vacinação e da verificação laboratorial da sua eficácia, com o propósito de reduzir o risco ocupacional de infecção pelo vírus da hepatite B.
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