Direito e coerção:

existe direito onde não há a possibilidade de uso da força como sanção?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.69881/yp2ffj43

Palavras-chave:

Coerção, Conceito de Direito, Teoria Geral do Direito

Resumo

O presente trabalho se desenvolve a partir da pergunta fundamental: é possível haver Direito sem coerção? Como tal, ergue-se sobre uma base metodológica de cunho essencialista cujos pressupostos aqui são sustentados com base na tese elaborada por Julie Dickson. A coerção é entendida como a possibilidade de atos de força serem empregados como sanção pelo ordenamento jurídico. Esclarecidas essas questões metodológicas, para responder à pergunta, analisam-se, de um lado, as posições coercitivistas de John Austin e Hans Kelsen e, de outro, as posições não coercitivistas de Herbert Hart e Joseph Raz. Essa investigação conduzirá a alguns pontos centrais das teorias dos referidos autores, demonstrando sua relação direta com o conceito de Direito. Os argumentos delineados são então contrapostos, considerando-se vencedora aquela posição que melhor se sustenta à luz de um conceito de Direito que se mostre adequado de acordo com os parâmetros metodológicos estabelecidos. Ao final, tecem-se algumas considerações acerca do que essa resposta nos permite concluir.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Péricles Alvares Caldeira Brant, Universidade Federal de Minas Gerais

    Bacharel e mestrando em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Especialista em Advocacia no Direito Digital e Proteção de Dados pela Universidade São Judas Tadeu.

Referências

AUSTIN, John. The Province of Jurisprudence Determined. Ed. Wilfrid E. Rumble. Cambridge: Cambridge University Press, 1995.

BIX, Brian H. John Austin. 2022. Stanford encyclopedia of philosophy. Disponível em: https://plato.stanford.edu/entries/austin-john/. Acesso em: 08 fev. 2022.

DICKSON, Julie. Evaluation and Legal Theory. Oregon: Hart Publishing, 2001.

DWORKIN, Ronald. Law’s Empire. Cambridge: Harvard University Press, 1986.

KELSEN, Hans. Teoria Geral do Direitoe do Estado. Trad. Luis Carlos Borges. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998a.

KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Trad. João Baptista Machado. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998b.

KELSEN, Hans. The Law as a Specific Social Technique. University of Chicago Law Review, Chicago, v. 9, n. 1, p. 75-97, 1941, p. 83. Disponível em: https://chicagounbound.uchicago.edu/uclrev/vol9/iss1/5.

HART, H. L. A. The Concept of Law. 3. ed. Oxford: Clarendon Press, 2012.

IHERING, Rudolf von. A Luta pelo Direito. Trad. Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2019, p. 19 (e-book).

MATA MACHADO, Edgar de Godói da. Direito e Coerção. São Paulo: Unimarco Editora, 1999.

OBERDIEK, Hans. The Role of Sanctions and Coercion in Understanding Law and Legal Systems. The American Journal of Jurisprudence, v. 21, n. 1, p. 71-94, 1976.

PRIEL, Dan. Description and Evaluation in Jurisprudence. Law and Philosophy, v. 29, n. 6, p. 633-667, 2010.

RAZ, Joseph. Between Authority and Interpretation: On the Theory of Law and Practical Reason. Oxford: Oxford University Press, 2019, p. 216.

RAZ, Joseph. Can there be a theory of law? In: GOLDING, Martin; EDMUNDSON, William (eds.). Blackwell guide to philosophy of law and legal theory. Malden; Oxford; Victoria: Blackwell Publishing, 2004.

RAZ, Joseph. Practical Reason and Norms. 2. ed. Oxford: Oxford University Press, 1999.

RAZ, Joseph. The Concept of a Legal System: An Introduction to the Theory of Legal System. 2. ed. Oxford: Oxford UniversityPres, 1980 (versão digital).

REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2012 (E-book).

SHAPIRO, Scott J. Legality. Cambridge: Harvard University Press, 2011.

VILELLA, João Baptista. Direito, Coerção e Responsabilidade: por uma ordem social não-violenta. Revista da Faculdade de Direito da UFMG, Belo Horizonte, v. 4, n. 3, p. 13-35, 1982.

Downloads

Publicado

10.11.2025

Como Citar

Direito e coerção:: existe direito onde não há a possibilidade de uso da força como sanção?. (2025). Revista Do CAAP, 30(2), 1-26. https://doi.org/10.69881/yp2ffj43