TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO POR ÔNIBUS EM BELO HORIZONTE: RELACIONANDO A ACESSIBILIDADE POTENCIAL À MOBILIDADE EFETIVA A PARTIR DO MODELO GWR
DOI:
https://doi.org/10.29327/249218.16.16-9Keywords:
Acessibilidade, Mobilidade, Regressão Geograficamente Ponderada, Sistema de Informação GeográficaAbstract
Os conceitos de acessibilidade e mobilidade têm sido amplamente utilizados na literatura, sob as mais diversas abordagens e aplicações. A acessibilidade está relacionada com a potencialidade de chegar aos destinos. Essa potencialidade, disponibilizada pelo sistema de transporte e pelo uso do solo, pode permitir que diferentes tipos de pessoas desenvolvam suas atividades. A mobilidade está associada à habilidade de um indivíduo se deslocar. Porém, os termos, quando não considerados sinônimos, são motivo de equívocos e imprecisões. Parte dessa confusão pode ser resultante da relação entre os conceitos. A mobilidade, facilidade de deslocamento, está relacionada com impedância (dificuldade de se chegar a um destino), componente da acessibilidade. Sendo a acessibilidade e a mobilidade condições fundamentais para a vida urbana, este trabalho tem como objetivo principal verificar em que medida a acessibilidade potencial, tratada neste trabalho como a facilidade de acesso ao transporte público por ônibus, interfere na mobilidade efetiva da população do município de Belo Horizonte. Para tanto, foram desenvolvidos três indicadores de acessibilidade potencial e três indicadores de mobilidade efetiva, que resultaram, respectivamente, em um Índice de Acessibilidade Potencial (IAP) e um Índice de Mobilidade Efetiva (IME). A análise espacial, realizada a partir do modelo Geographically Weighted Regression (GWR), verifica que o potencial de utilização de modo de transporte não permite, necessariamente, que destinos desejados possam ser atingidos por aqueles modos, uma vez que a mobilidade também pode estar associada a outra(s) variável(is). Os resultados obtidos possibilitam o reconhecimento de padrões de demanda por transporte público por ônibus e deslocamento da população, distribuídos em nível local, e podem subsidiar, em trabalhos futuros, a formulação de medidas que visem à adequação da oferta de transporte público, de forma a estabelecer condições para que seja adequadamente inserido com prioridade nos deslocamentos urbanos, gerando benefícios para a mobilidade e acessibilidade urbana e metropolitana.