TRABALHADORES DO CAFÉ NO VALE DO JEQUITINHONHA: UMA ANÁLISE GEOGRÁFICA
DOI:
https://doi.org/10.29327/249218.8.8-6Palavras-chave:
Trabalhadores rurais, Realções de trabalho, Atividade cafeeira, Vale do JequitinhonhaResumo
A inserção da cafeicultura moderna no Vale do Jequitinhonha produziu, a partir do início dos anos 1970, modificações significativas na estrutura produtiva e relevantes alterações nos espaços rural e urbano da região constituída pelos municípios de Capelinha, Minas Novas, Itamarandiba, Novo Cruzeiro, Caraí e Padre Paraíso. A intensificação do processo de concentração fundiária ocorreu em conformidade com a modernização e o incremento da produção do café no Vale. Provavelmente, há forte correlação entre a expansão de espaços periféricos nas sedes urbanas e nos distritos municipais e a criação de novas relações de dependência no campo. Isso posto, este trabalho se propõe analisar geograficamente os trabalhadores rurais do Vale do Jequitinhonha envolvidos em atividades cafeeiras. Concluída a pesquisa de campo, observou-se que a maioria destes trabalhadores sobrevive com a angústia e o desespero: “precisa ser explorado” para alimentar-se no dia seguinte. A incerteza colabora com a alienação humana: o olhar histórico atrofia-se diante da dependência e da precariedade material. Nas Igrejas do Vale do Café predomina o silêncio político e o assistencialismo. Os sindicatos dos trabalhadores rurais, quando não virtuais, tentam colocar-se de maneira mais engajada mas, perdem força no meio dos conflitos trabalhistas e das pressões patronais.