O fantasma no terceiro andar

como o gótico em Jane Eyre foi traduzido para o português brasileiro

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.17851/2238-3824.29.2.173-187

Schlagworte:

gótico, Jane Eyre, tradução

Abstract

Definido por suas incontáveis particularidades, o gênero gótico literário é empregado em Jane Eyre de Charlotte Brontë de forma bastante característica. Além das temáticas e traços comuns ao gótico, Brontë subverte algumas das convenções do gênero e cria um enredo considerado vanguardista. À vista disso, é necessário entender como um dos pilares mais importantes e intrincados da obra foi adaptado e traduzido para o português brasileiro. Por isso, o presente artigo objetiva analisar como o aspecto gótico em Jane Eyre foi traduzido no Brasil, através de uma comparação entre duas diferentes traduções do romance, uma de 1942 de Sodré Viana e outra de 2014 de Anna e Carlos Duarte. Nesse sentido, nós realizamos a pesquisa por meio de uma metodologia qualitativa, que se baseou numa investigação bibliográfica e uma análise de um corpus paralelo bilíngue. O estudo, portanto, foi alicerçado principalmente nos postulados de Toury (2012), Bezerra (2012), Cavallaro (2002), Lanzetti (2006) e Smith (2013). Assim, dispusemos ambas as traduções lado a lado e comparamos as abordagens utilizadas por cada tradutor. Desse modo, ao final do artigo, concluímos que a versão de 2014 preserva de maneira mais livre o aspecto gótico presente na obra de Brontë, já que há mais instâncias de manutenção e até mesmo intensificação. A tradução de 1942, por outro lado, provavelmente sofreu com limitações de sua época e teve uma parte do romance alterada, sacrificando certos aspectos do gótico.

Downloads

Keine Nutzungsdaten vorhanden.

Literaturhinweise

BENJAMIN, Walter. A tarefa do tradutor. In: BENJAMIN, W. Escritos sobre mito e linguagem. Tradução de Susana Kampff Lages e Ernani Chaves. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2013. p. 101-119.

BEZERRA, Paulo. A tradução como criação. Estudos Avançados, São Paulo, v. 26, n. 76, p. 47-56, 2012. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/47538. Acesso em: 15 ago. 2022.

BRIGGS, Katharine. An Encyclopedia of Fairies: Hobgoblins, Brownies, Bogies, and Other Supernatural Creatures. Nova York: Pantheon Books, 1976.

BRONTË, Charlotte. Jane Eyre. São Paulo: Landmark, 2016.

BRONTË, Charlotte. Jane Eyre. Tradução de Sodré Viana. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2018.

BRONTË, Charlotte. Jane Eyre. Tradução de Anna Duarte e Carlos Duarte. 5. ed. São Paulo: Martin Claret, 2014.

CAVALLARO, Dani. The Gothic Vision: Three Centuries of Horror, Terror and Fear. Londres: Continuum, 2002.

DE SÁ, Daniel Serravalle. Gótico tropical: o sublime e o demoníaco em O Guarani. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia, 2010.

FORD, Anne-Marie. Gothic legacies: Jane Eyre in Elizabeth Stoddard’s New England. In: BEER, Janet; BENNETT, Bridget (Org.). Special relationships: Anglo-American antagonisms and affinities 1854–1936. Manchester: Manchester University Press, 2002. p. 42-64.

JOLY, Jean-François. Prefácio. In: DELISLE, Jean; WOODSWORTH, Judith (Org.). Os tradutores na história. São Paulo: Ática, 2003. p. 9-12.

LANZETTI, Rafael. Domesticação e estrangeirização nas estratégias e procedimentos tradutórios de tradutores aprendizes. 2006. 142 f. Dissertação (Mestrado em Interdisciplinar Linguística Aplicada) – Departamento de Lingüística e Filologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

REYNOLDS, Matthew et al. Prismatic Jane Eyre: Close-Reading a World Novel Across Languages. Cambridge: Open Book Publishers, 2023.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed. Florianópolis: UFSC, 2005.

SMITH, Andrew. Gothic Literature. 2. ed. Edimburgo: Edinburgh University Press, 2013.

TOURY, Gideon. Descriptive Translation Studies and Beyond: Revised Edition. 2. ed. Amsterdam: John Benjamins Publishing Company, 2012.

Veröffentlicht

2024-08-27

Zitationsvorschlag

Campara, G. C. (2024). O fantasma no terceiro andar: como o gótico em Jane Eyre foi traduzido para o português brasileiro. Caligrama: Revista De Estudos Românicos, 29(2), 173–187. https://doi.org/10.17851/2238-3824.29.2.173-187