Refrações no tempo literário, na ficção de Maria José de Queiroz

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.58818

Palabras clave:

marcadores temporais, saudade, sequência de tempo, tempo subjetivo

Resumen

Neste artigo examina-se parte da obra de Maria José de Queiroz, com enfoque nos diversos modos de manifestação do tempo. Selecionaram-se os romances Homem de sete partidas (Queiroz, 1980) e Sobre os rios que vão (Queiroz, 1990), a novela “O julgamento”, que consta do livro Amor cruel, amor vingador (Queiroz, 1996a), e o livro infanto-juvenil O chapéu encantado (Queiroz, 1998), para identificar o tratamento dado nessas ficções às questões temporais. Utiliza-se como suporte teórico o ensaio Refrações no tempo (Queiroz, 1996b), da mesma autora, assim como textos de Roland Barthes (1987), Alfonso Martin Jiménez (1989), Edward Morgan Forster (2005), Jacques Derrida (2012) e Chris Sinha e Enrique Bernárdez (2015). Conclui-se que o estilo de Queiroz apresenta características linguísticas, semânticas e histórico-culturais relacionadas ao tratamento do tempo que contribuem para gerar efeitos dramáticos.

Biografía del autor/a

  • Ana Cecília Maria Estellita Lins, Universidade Estadual de Goiás (UEG) Goiás | GO | BR

    Graduação em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (1982). Licenciatura em Português do Brasil como Segunda Língua pela Universidade de Brasília (2021). Mestranda na área de Estudos Literários e Interculturalidade do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade - POSLLI, da Universidade Estadual de Goiás.

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Publicado

2025-09-04

Número

Sección

Dossier: Maria José de Queiroz

Cómo citar

Refrações no tempo literário, na ficção de Maria José de Queiroz. (2025). Caligrama: Revista De Estudos Românicos, 30(2), 24–35. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.58818