A REVOLUÇÃO FRANCESA E A EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL: DA CONCEPÇÃO AO CONCEITO
Palavras-chave:
Revolução francesa, educação integral liberal, educação integral politécnica, concepção, conceitoResumo
A partir de meados da primeira década dos anos 2000, intensificou-se no Brasil o debate
sobre educação integral. Os partidários do “trabalho como princípio educativo” buscaram os
fundamentos epistemológicos na concepção marxiana de educação; os diferentes estratos sociais do
liberalismo mantiveram-se, no essencial, atrelados à relação entre educação e moral. Uns e outros,
contudo, por razões ideológicas, sem explicitar a origem desses fundamentos. Este artigo tem como exato
objetivo: demonstrar a origem epistemológica e política da concepção e dos conceitos de educação e de
educação integral. Para tanto, utilizou-se da análise histórico-crítica (SAVIANI, 2003; MACIEL e
BRAGA, 2008), metodologicamente fundada no materialismo histórico-dialético (MARX, 1983b) para
perquirir a trajetória desses conceitos. Em função do método, parte-se da análise dos textos da I
Internacional (MARX, 1976; BAKUNIN, 2003) para se chegar a Proudhon (2007) e, daí, por pistas que
levam aos textos da Revolução Francesa (CONDORCET, 1792; LEPELLETIER, 1793) que, por sua
vez, conduzem a Dewey (1979) e a Teixeira (1959). Como resultado dessa aventura, chega-se às seguintes
conclusões: a partir da Revolução Francesa, as concepções de educação fundamentam-se nas dimensões
intelectual, física e moral (exceto para Marx); em termos de educação pública, todas levam em
consideração a formação para o trabalho, mas as liberais visam ao trabalho subalterno, enquanto que as
socialistas, à emancipação. Tal diferença implica em definições antagônicas dos conceitos de educação e
de educação integral.
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