Narrativa e compreensão em “A crise na educação” de Hannah Arendt

Abstract

Este artigo é uma análise do aspecto narrativo e compreensivo de “A crise na educação” de Hannah Arendt, com a finalidade de aprofundar o enraizamento do ensaio no conjunto de sua obra. Inicia demonstrando que o referido ensaio constitui-se como exercício de pensamento político. Depois, analisa-se da categoria de compreensão, demonstrando que Arendt não pensa com respaldo da tradição, por esta ter sido demolida pelas rupturas modernas, cujo caso extremo foi o surgimento dos governos totalitários, constituindo-se, assim, de um pensamento sem amparos. Demonstra-se que “compreensão” é um importante conceito hermenêutico e epistemológico, na medida em que dimensiona o impulso fenomenológico da autora, que ao mesmo tempo assume a perspectiva pessoal de sua obra e aponta para a necessidade de o pensamento permanecer ligado aos problemas de ordem factual.  Após, verifica-se o componente narrativo presente em toda a obra e, em particular, o aspecto narrativo dos escritos educacionais.