“Você é a Dora? Eu sou o Guimarães Rosa”
Encontros míticos do escritor mineiro com a poeta paulista Dora Ferreira da Silva
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.22.2.157-174Palavras-chave:
Dora Ferreira da Silva, Guimarães Rosa, mito, linguagem, poesiaResumo
A proposta desse artigo é discorrer sobre uma vista de Guimarães Rosa à casa da poeta paulista Dora Ferreira da Silva e os desdobramentos desse encontro, como cartas do autor mineiro e dois poemas de Dora a Guimarães Rosa. A análise dos poemas revela a proximidade entre o pensamento dos escritores, sobretudo quanto à concepção do universo como unidade simbólica e à crença no poder fundante da língua. É pelo viés do mito – o mito de Orfeu – que a poeta se encontra, ainda uma vez, com Rosa em seu cavalo, agora em uma fotografia. O cavaleiro olhando para trás arrebata a poeta/Eurídice, em franca transposição dos espaços, resgatando o tempo primordial que a arte possibilita. O aporte teórico vem de entrevistas e obras dos dois escritores, além de estudos sobre mito de Mircea Eliade e Carl Gustav Jung.
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