O impossível do trauma e o infamiliar

aproximações entre literatura e psicanálise no romance Quem faz gemer a terra

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.29.1.155-173

Palavras-chave:

Trauma, Infamiliar, Literatura, Psicanálise, Charles Kiefer

Resumo

Este artigo pretende conjecturar, por meio da análise da obra Quem faz gemer a terra, de Charles Kiefer, questões de interesse tanto à psicanálise quanto à literatura. Delineia-se um paralelo entre questões como representações do trauma, encontro com o infamiliar e articulações da infância com a perversidade e a culpa. Percebe-se um caráter indizível ao trauma, subjetiva a cada sujeito, na sua elaboração única de tempo e espaço perante à rememoração do primeiro tempo do trauma, sempre infantil. Também, no que tange ao trauma, fica notória sua condição de impossibilidade que é tanto matéria quanto resultado do próprio encontro com o indizível da falta de significação.

Biografia do Autor

  • Caroline Sidineia Kochenborger

    Psicóloga, pós-graduada em Psicanálise. Durante a graduação em psicologia atuou como pesquisadora pelo CNPq de 2017 a 2019. Cumpriu estágio não obrigatório na Gerência Regional de Saúde de São Miguel do Oeste/SC (GERSA), trabalhou como assistente de biblioteca Serviço Social do Comércio de Santa Catarina (Sesc- SMO). Atualmente trabalha como psicóloga de grupos no Serviço Social do Comércio de Santa Catarina (Sesc- SMO) e como Psicanalista na clínica Sigs, ainda, é membro fundador do grupo de estudos “A Outra Cena’; é aderente APOLa e participante de seus grupos de estudos voltados à psicanálise.

  • Viviane Aparecida Pandolfo Debortolli, Universidade Federal de Santa Maria

    Doutoranda em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria. Mestra em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Graduada em Letras Pela UNIJUÍ. Professora efetiva da rede estadual de educação do Rio Grande do Sul. Professora de redação em curso pré-vestibular para medicina.

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Publicado

2024-03-06