Movimento de sankofa como estratégia de sobrevivência em Roteiro Para Aïnouz, vol. 2
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.29.1.47-63Palavras-chave:
rap, sankofa, Roteiro para Aïnouz, vol.2, resistênciaResumo
O objetivo deste artigo é mostrar de que forma o rap, que se estabiliza no Brasil na década de 80, se tornou potente meio de resisistência contra a violência destinada a determinadas populações desde o empreendimento colonial. A partir da análise do álbum Roteiro para Aïnouz, vol. 2, do rapper cearense Don L, este artigo procura examinar a maneira com que as expressões artísticas podem ser tanto plataforma para a denúncia de uma realidade opressora, quanto espaço especulativo para a construção de novos e positivos imaginários. Por fim, é observado de que forma o projeto de nação proposto pela linha conceitual da obra se alia ao princípio africano de sankofa, ao passo que resgata a sabedoria ancestral para delinear um cenário utópico de (re)humanização da população colonizada.
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