O PAPEL DA ARGUMENTAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS: LIÇÕES DE UM WORKSHOP

ARGUMENTATION'S ROLE IN SCIENCE EDUCATION: LESSONS FROM A WORKSHOP

Autores

  • Daniela Lopes Scarpa Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (BioIn/USP)

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-2117201517s02%20

Palavras-chave:

Argumentação; Ensino de Ciências por Investigação; Ambientes de Aprendizagem; Hibridação; Losango didático.

Resumo

O objetivo do presente artigo é apresentar e dialogar com os trabalhos produzidos neste número especial, resultado de palestras proferidas no workshopArgumentação no Ensino de Ciências. Os três primeiros artigos discutem mais especificamente a argumentação como prática epistêmica da ciência. O quarto e o quinto propõem elementos orientadores para o planejamento de Ambientes de Aprendizagem argumentativos e, juntamente com os três primeiros, assumem o ensino por investigação/modelagem como abordagem privilegiada para isso. Os três últimos trazem os desafios metodológicos da pesquisa e apresentam perspectivas diferenciadas de análise de situações argumentativas. No diálogo com esses textos, retomo o conceito de hibridação entre cultura escolar e científica, em que a argumentação está na zona de fronteira entre essas culturas; relaciono as etapas da investigação científica com o processo de argumentação e explicito as ações esperadas de professores e alunos na elaboração de atividades argumentativas.

This paper presents and dialogues with the works produced in this special issue, the result of the lectures made at the workshop Argumentation in Science Teaching. The first three articles discuss more specifically the argument as epistemic science practice. The fourth and the fifth propose planning guiding elements' argumentative learning environments and, together with the first three, propose that inquirybased / modeling-based science education approach is privileged for that. The last three papers discuss research's methodological challenges and present different analysis perspectives of argumentative situations. In dialogue with these texts, I discuss the concept of hybridization between school and scientific culture, where the argument is in the border area between these cultures; I relate the steps of scientific inquiry with the process of argumentation and I explicit actions expected of teachers and students while designing argumentative activities.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AZEVEDO, N. H. et al. (Org.). Ecologia na restinga: uma sequência didática argumentativa.1. ed. São Paulo: Edição dos autores, 2014. [ Links ]

BAKHTIN, M.; VOLOCHÍNOV, V. N. (1929). Marxismo e Filosofia da Linguagem. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1986. [ Links ]

BAKHTIN, M. (1934-1935)Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. 4. ed. São Paulo: Unesp/Hucitec, 1998. [ Links ]

BURKE, P. O que é história cultural? Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. [ Links ]

CANCLINI, N. Culturas híbridas. São Paulo: Edusp, 2008. [ Links ]

DUSCHL, R. A.; GRANDY, R. E. (Ed.). Teaching Scientific Inquiry: Recommendations for Research and Implementation. Rotterdam: Sense Publishers, 2008. [ Links ]

ERDURAN, S.; OZDEM, Y.; PARK, J.Y. Research trends on argumentation in science education: a journal content analysis from 1998-2014. International Journal of STEM Education, v. 2, n. 5, p. 1-12, 2015. [ Links ]

JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P.; BROCOS, P. Desafios metodológicos na pesquisa da argumentação em ensino de ciências. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 17, n. especial, p. 139-159, 2015. [ Links ]

JUSTI, R. Relações entre argumentação e modelagem no contexto da ciência e do ensino de ciências. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 17, n. especial, p. 31-48, 2015. [ Links ]

KELLY, G. J.; DUSCHL, R. A. Toward a research agenda for epistemological studies in science education. NARST annual meeting. New Orleans, LA 2002. [ Links ]

KUHN, D. Science Argumentation: implications for teaching and learning scientific thinking. Science Education, v. 7, n. 3, p. 319-337, 1993. [ Links ]

LAWSON, A. E. T. rex, the Crater of Doom, and the Nature of Scientific Discovery. Science & Education, v. 13, p. 155-177, 2004. [ Links ]

LIN, T. C.; LIN, T. J.; TSAI, C. C. Research Trends in Science Education from 2008 to 2012: A systematic content analysis of publications in selected journals. International Journal of Science Education, v. 36, n. 8, p. 1346-1372, 2014. [ Links ]

LOPES, A. C. Política de currículo: recontextualização e hibridismo. Currículo sem fronteiras, v. 5, n. 2, p. 50-64, 2005. [ Links ]

LOPES-SCARPA, D.; FRATESCHI-TRIVELATO, S. L. Movimentos entre a cultura escolar e cultura científica: análise de argumentos em diferentes contextos. Magis, Revista Internacional de Investigación en Educación, v. 6, n. 12, Edición especial Enseñanza de las ciencias y diversidad cultural, p. 69-85, 2013. [ Links ]

MÉHEUT, M.; PSILLOS, D. Teaching-learning sequences: aims and tools for science education research. International Journal of Science Education, v. 26, n. 5, p. 515-535, 2004. [ Links ]

MOTOKANE, M.T. Sequências didáticas investigativas e argumentação no ensino de ecologia. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 17, n. especial, p. 115-137, 2015. [ Links ]

MUNFORD, D.; TELLES, A. P. S. S. Argumentação e a construção de oportunidades de aprendizagem em aulas de ciências. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 17, n. especial, p. 161-185, 2015. [ Links ]

SASSERON, L. H. Alfabetização científica, ensino por investigação e argumentação: relações entre ciências da natureza e escola. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 17, n. especial, p. 49-67, 2015. [ Links ]

SCARPA, D. L et al. What are the features in the designing of argumentative teaching-learning sequences? 11thConference of the European Science Education Research Association (ESERA), Helsinki, 2015. [ Links ]

SCARPA, D. L. Cultura escolar e cultura científica: aproximações, distanciamentos e hibridações por meio da análise de argumentos no ensino de biologia e na Biologia.(Doutorado). Faculdade de Educação - Universidade de São Paulo, São Paulo.2009. [ Links ]

SCOTT, P. H.; MORTIMER, E. F.; AGUIAR, O. G. The tension between authoritative and dialogic discourse: A fundamental characteristic of meaning making interactions in high school science lessons. Science Education, v. 90, n. 4, p. 605-631, 2006. [ Links ]

SILVA, A.T. Interações discursivas e práticas epistêmicas em salas de aula de ciências. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 17, n. especial, p. 69-96, 2015. [ Links ]

SIMON, S.; ERDURAN, S.; OSBORNE, J. Learning to Teach Argumentation: Research and development in the science classroom. International Journal of Science Education, v. 28, n. 2-3, p. 235-260, 2006. [ Links ]

TEIXEIRA, F. M. É possível argumentação sem controvérsia? Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 17, n. especial, p. 187-203, 2015. [ Links ]

TOULMIN, S. E. (1958). Os usos do argumento. São Paulo: Martins Fontes, 2006. [ Links ]

TOULMIN, S. E.; RIEKE, R.; JANIK, A. An introduction to reasoning. New York: Macmillan Publishing Company, 1984. [ Links ]

TRIVELATO, S. L. F.; TONIDANDEL, S. M. R. Ensino por investigação: eixos organizadores para sequências de ensino de biologia. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 17, n. especial, p. 97-114, 2015. [ Links ]

Downloads

Publicado

2021-04-28

Edição

Seção

RELATOS DE PESQUISAS / RESEARCH REPORTS