EDITORIAL
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21172011130101%20Resumo
Caros leitores,
Iniciamos o ano de 2011 reafirmando nosso compromisso em trazer discussões atuais sobre o ensino das Ciências da Natureza, em suas diferentes facetas investigativas. Abrimos este primeiro número do volume 13 com reflexões acerca dos objetivos educacionais, contidas em enunciados de 27 professores de Física, Química, Biologia e Matemática.
No artigo Objetivos do ensino na perspectiva de professores das Ciências Naturais, os autores discutem o distanciamento entre o modelo de formação inicial de nossos licenciandos e a abordagem cotidiana da realidade social na prática docente.
A pesquisa narrativa é o foco de Encruzilhadas teóricas: desvios necessários na formação inicial do docente, que focaliza a produção de marcas de subjetividade na constituição da "professoralidade". Este segundo artigo, entre outras categorias de análise de currículo em uma perspectiva pós-crítica, discute as noções de diversidade e diferença como necessárias para a compreensão da constituição da identidade sob o olhar de um sujeito.
Mudando de enfoque, a produção escrita de estudantes de Licenciatura em Química, na modalidade a distância, é a fonte do artigo Formulação de questões a partir da leitura de um texto: desempenho dos estudantes de Licenciatura em Química na modalidade a distância. A discussão aborda as dificuldades dos estudantes em dialogar com posições enunciativas do texto e o contexto de produção de textos em sala de aula.
Aula expositiva, aula experimental e aula de demonstração são três estratégias de ensino analisadas em A ressignificação das atividades na sala de aula. Os autores buscam referências no construtivismo para uma melhor compreensão da dinâmica da sala de aula em sua totalidade. Já a identificação de aproximações e distanciamentos nas percepções de seis professores sobre a escola, a educação e o trabalho docente, é o foco das reflexões em torno da história de vida profissional em Vozes docentes: análise de reflexões de professores de ciências sobre sua vivência profissional. O sexto artigo, Possibilidades de ensino de botânica em um espaço não formal de educação na percepção de professoras de ciências, aborda igualmente a percepção de professoras em sua dimensão vivencial fora do espaço escolar.
A ocorrência de 'fala privada' entre adultos: uma estratégia analítica para o estudo das funções intrapsicológicas no ensino de Ciências, nossa sétima contribuição, apresenta um estudo em torno da execução de uma tarefa conduzida por um grupo de licenciandos em Física e mediada por um interferômetro virtual de MachZehnder. O oitavo artigo, Percursos históricos no ensino de ciências através de atividades investigativas, discute momentos históricos em que essa metodologia foi debatida por estudiosos da educação e de educação em ciências.
Fechando a seção de artigos, temos a contribuição internacional espanhola, Lo que piensan de la enseñanza y lo que hacen los profesores universitarios, que pretende identificar as teorias implícitas e explicitas de seis professores sobre o ensino a partir da análise de dezesseis horas de gravações de aulas e de um questionário sobre teorias de ensino aplicado aos sujeitos da pesquisa.
Na seção de resenhas, O ensino de Ciências entre a cultura do tédio e do sentido analisa o livro Formação ética: do tédio ao respeito de si, da Editora Artmed, que trata sobre psicologia moral e seus relevantes subsídios para o ensino de ciências.
Esperamos proporcionar uma boa e agradável leitura do cenário da pesquisa em ensino das ciências, neste primeiro número do ano.