THE DOMINANCE OF UTILITARIANISM AND THE WEAKENING OFCRITICISM: GENERATIVE ARTIFICIAL INTELLIGENCE AND THEVALUES AT STAKE IN SCIENCE

PRIMAZIA DA DIMENSÃO UTILITÁRIA E RECUO CRÍTICO:INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL GENERATIVA E OS VALORES EMDISPUTA NA CIÊNCIA

Autores

  • Nathália Helena Azevedo
  • Paulo Gabriel Franco dos Santos

DOI:

https://doi.org/10.1590/

Palavras-chave:

educação em ciências , ética científica, integridade científica, risco , tecnologia

Resumo

Este editorial visa compartilhar o percurso formativo trilhado pelo corpo editorial da revista “Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências” sobre a Inteligência Artificial Generativa (IAGen). Além disso, ao evidenciar os fundamentos adotados, os questionamentos suscitados e as contradições observadas, convidamos a comunidade para um diálogo aberto e crítico sobre IAGen e o fazer das ciências. Mobilizamos discursos, posicionamentos e controvérsias apresentadas nacional e internacionalmente e, a partir de fundamentos críticos, buscamos expor as contradições inerentes ao processo produtivo, à apropriação, à distribuição e aos usos e discursos associados a essa tecnologia. Propõe-se enfatizar os riscos relacionados ao uso da IAGen, incluindo ilicitude, desconformidade, ilegitimidade, implausibilidade e acriticidade. Ao nos posicionarmos criticamente com relação ao uso da IAGen para produção acadêmica, reconhecemos sua natureza complexa, intrincada e carente de produções na área de educação em ciências. Tal posicionamento aspira estimular a construção de coletivos e contextos formativos no campo da educação em ciências que promovam aprofundamentos, produções e críticas pertinentes.

Referências

Adorno, T. W. (1996). Teoria da Semicultura. Educação e Sociedade, XVII (56), pp. 388-411.

Azevedo, N.H.; Mendonça, P.C.C. (2024). Dados abertos na pesquisa em educação em ciências: perspectivas, desafios e possibilidades. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, 26, e51515. https://doi.org/10.1590/1983-21172022240172

Bender, E. M., Gebru, T., McMillan-Major, A., & Shmitchell, S. (2021, March). On the dangers of stochastic parrots: Can language models be too big?. In Proceedings of the 2021 ACM conference on fairness, accountability, and transparency (pp. 610-623). https://doi.org/10.1145/3442188.3445922

Benjamin, W. (2012a). A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In Benjamin, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. (8a. ed., pp. 179-212). São Paulo, SP: Brasiliense.

Benjamin, W. (2012b). Experiência e pobreza. In Benjamin, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. (8a. ed., pp. 123-128). São Paulo, SP: Brasiliense.

Birhane, A., & Guest, O. (2021). Towards decolonising computational sciences. Women, Gender & Research. https://pure.mpg.de/rest/items/item_3287104_1/component/file_3287105/content

Bizerra, A. F., & Sá, L. P. (2022). Vamos conversar sobre autoria?. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, 24, e39592. https://doi.org/10.1590/1983-21172022240112

Brasil. (2018). Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 156(157), p. 1. (Atualizada pela Lei nº 13.853, de 8 de julho de 2019). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm

Brevini, B. (2020). Black boxes, not green: Mythologizing artificial intelligence and omitting the environment. Big Data & Society, 7(2), 2053951720935141. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/2053951720935141

Brevini, B. (2023). Myths, Techno Solutionism and Artificial Intelligence: Reclaiming AI materiality and its massive environmental costs. in S Lindgren (ed.), Handbook of Critical Studies of Artificial Intelligence, Edward Elgar Publishing.

Cecchini, V.K. Ferrari, P. A tecno diversidade nos movimentos sociais populares: articulando inovação social na resistência à extração e controle capitalista da terra, do alimento e dos saberes. In: S. Iasulaitis & S.; Amadeu da Silveira(orgs.). Estudos sociopolíticos da Inteligência Artificial. Campina Grande: EDUEPB, 2025. p. 387-413.

Chen, Z. (2023). Ethics and discrimination in artificial intelligence-enabled recruitment practices. Humanities and Social Sciences Communications, 10(1), 1-12. https://doi.org/10.1057/s41599-023-02079-x

Dagnino, R. (2014). Tecnologia Social: contribuições conceituais e metodológicas. Campina Grande; Florianópolis: EDUEP; INSULAR.

DeepSeek-AI, Guo, D., Yang, D., Zhang, H., Song, J., Zhang, R., Xu, R., ... & He, Y. (2025). Deepseek-r1: Incentivizing reasoning capability in LLMs via reinforcement learning. arXiv preprint arXiv:2501.12948. https://arxiv.org/abs/2501.12948

Dias, T., & Schurig, S. (2024, 5 de Junho). Moderadores subterrâneos: Meta paga centavos por checagem sobre enchentes no RS, violência e política para treinar inteligência artificial. Intercept Brasil. Disponível em: https://www.intercept.com.br/2024/06/05/meta-paga-centavos-por-checagem-sobre-enchentes-no-rs-violencia-e-politica-para-treinar-inteligencia-artificial/. Acesso em: 11 maio 2025.

Dias, T., & Schurig, S. (2024, 22 julho). Proletários de plataforma: Como a indústria de inteligência artificial lucra criando uma nova classe trabalhadora sem direitos no Brasil. Intercept Brasil. Disponível em: https://www.intercept.com.br/2024/07/22/inteligencia-artificial-classe-trabalhadora-sem-direitos-no-brasil/. Acesso em: 11 maio 2025.

Eubanks, V. (2018). Automating Inequality: How High-Tech Tools Profile, Police, and Punish the Poor. St. Martin's Press.

Feenberg, A. (1990). Post-industrial discourses. Theory and Society, 19, pp. 709-737. https://doi.org/10.1007/BF00191895

Flanagin, A., Kendall-Taylor, J., & Bibbins-Domingo, K. (2023). Guidance for authors, peer reviewers, and editors on use of AI, language models, and chatbots. Jama, 330(8), 702-703. https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2807956

França, T. F., & Monserrat, J. M. (2024). The artificial intelligence revolution... in unethical publishing: Will AI worsen our dysfunctional publishing system?. Journal of General Physiology, 156(11), e202413654. https://doi.org/10.1085/jgp.202413654

Freire, P; & Shor, I. (1986). Medo e Ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra.

Fromm, E. (2024). Ter ou ser?. São Paulo, SP: Editora Planeta.

Ganjavi, C., Eppler, M. B., Pekcan, A., Biedermann, B., Abreu, A., Collins, G. S., ... & Cacciamani, G. E. (2024). Publishers’ and journals’ instructions to authors on use of generative artificial intelligence in academic and scientific publishing: bibliometric analysis. The bmj, 384. https://doi.org/10.1136/bmj-2023-077192

Giroux, H. A. (1997). Os professores como intelectuais: Rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre, RS: Artes Médicas.

Haraway, D. J. (2009) Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: Tadeu, T. (Org). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. (2nd ed. pp. 33-118). Belo Horizonte, MG: Autêntica Editora.

Hobsbawn, E. J. (1952). The Machine Breakers. Past & Present, 1, pp. 57-70.

Holmes, W., & Miao, F. (2024). Guia para a IA generativa na educação e na pesquisa. UNESCO Publishing. https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000390241

Legg, S.; Hutter, M. (2007). A collection of definitions of intelligence. In B. Goertzel & P. Wang (Eds.), Artificial General Intelligence: Concepts, Architectures and Algorithm. . (pp. 17-24). IOS Press Ebooks: Amsterdam, The Netherlands.

Leung, T. I., de Azevedo Cardoso, T., Mavragani, A., & Eysenbach, G. (2023). Best practices for using AI tools as an author, peer reviewer, or editor. Journal of Medical Internet Research, 25, e51584. https://www.jmir.org/2023/1/e51584

Makridakis, S., & Polemitis, A. (2023). Human Intelligence (HI) Versus Artificial Intelligence (AI) and Intelligence Augmentation (IA). In Forecasting with Artificial Intelligence: Theory and Applications (pp. 3-29). Cham: Springer Nature Switzerland.

Marx, K. (2011). Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. São Paulo, SP; Rio de Janeiro, RJ: Boitempo; Ed. UFRJ.

Massi, L., & Silva, R.L.F. (2024). O papel das revistas científicas na ética em pesquisa. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, 26, e55294. https://doi.org/10.1590/1983-21172022240198

McAfee, A.(2024). Generally Faster: The Economic Impact of Generative AI [online]. The MIT Initiative on the Digital Economy (IDE). Available from: https://ide.mit.edu/wp-content/uploads/2024/04/Davos-Report-Draft-XFN-Copy-01112024-Print-Version.pdf?x76181

Mendonça, P. C. C., Franco, L. G., Massi, L., & Coelho, G. R. (2023). Experiências da revista Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências com avaliação por pares aberta. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, 25, e42617. https://doi.org/10.1590/1983-21172022240137

Messeri, L., & Crockett, M. J. (2024). Artificial intelligence and illusions of understanding in scientific research. Nature, 627(8002), 49-58. https://doi.org/10.1038/s41586-024-07146-0 4.

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). (2024). IA para o Bem de Todos: Proposta de Plano Brasileiro de Inteligência Artificial 2024-2028. Apresentação na Reunião do Pleno do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. 29 de Julho de 2024. Brasília, DF: MCTI.

Naddaf, M. (2025). AI is transforming peer review—and many scientists are worried. Nature, 639(8056), 852-854. https://doi.org/10.1038/d41586-025-00894-7

Peñalvo, F. J. G., & Ingelmo, A. V. (2023). What do we mean by GenAI? A systematic mapping of the evolution, trends, and techniques involved in Generative AI. International Journal of Interactive Multimedia and Artificial Intelligence, 8(4), 7-16.

Sampaio, R.C., Sabbatini, M., & Limongi, R. (2024). Diretrizes para o uso ético e responsável da Inteligência Artificial Generativa: um guia prático para pesquisadores. São Paulo: Editora Intercom. https://prpg.unicamp.br/wp-content/uploads/sites/10/2025/01/livro-diretrizes-ia-1.pdf

Schmidt, S. (2024, agosto). Universidades brasileiras discutem regras de uso de inteligência artificial: Diante de incertezas por parte de estudantes e pesquisadores, instituições debatem quais seriam os limites éticos do uso dessas ferramentas na escrita e na pesquisa científica. Revista Pesquisa FAPESP. 342. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/universidades-brasileiras-discutem-regras-de-uso-de-inteligencia-artificial/. Acesso em: 11 maio 2025.

SciELO. (2023). Guia de uso de ferramentas e recursos de Inteligência Artificial na comunicação de pesquisas na Rede SciELO. 2023. Disponível em: https://wp.scielo.org/wp-content/uploads/Guia-de-uso-de-ferramentas-e-recursos-de-IA-20230914.pdf. Acesso em 06 março -03-2025.

SciELO. (2024). Critérios, política e procedimentos para a admissão e a permanência de periódicos na Coleção SciELO Brasil. Disponível em: https://www.scielo.br/media/files/20240900-Criterios-SciELO-Brasil.pdf. Acesso em 06 março 2025.

Spinak, E. (2023). ¿Puede la IA hacer arbitrajes confiables de artículos científicos? . SciELO en Perspectiva. Disponível em: https://blog.scielo.org/es/2023/12/06/puede-la-ia-hacer-arbitrajes-confiables-de-articulos-cientificos/. Acesso em 23 abril 2025.

Stengers, I. (2018). Another science is possible: a manifesto for slow science. Cambridge, UK: Polity Press.

Thirunavukarasu, A. J., Ting, D. S. J., Elangovan, K., Gutierrez, L., Tan, T. F., & Ting, D. S. W. (2023). Large language models in medicine. Nature Medicine, 29(8), 1930-1940. https://doi.org/10.1038/s41591-023-02448-8

Van Noorden, R., & Webb, R. (2023). ChatGPT and science: the AI system was a force in 2023-for good and bad. Nature, 624(7992), 509.

Vasconcelos, S., & MARUŠIĆ, A. Research Integrity and Human Agency in Research Intertwined with Generative AI [online]. SciELO in Perspective, 2025. Available from: https://blog.scielo.org/en/2025/05/07/research-integrity-and-human-agency-in-research-gen-ai/

Vieira Pinto, A. (2005a). O conceito de tecnologia. v. 1. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.

Vieira Pinto, A. (2005b). O conceito de tecnologia. v. 2. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.

Yu, H. (2023). Reflection on whether Chat GPT should be banned by academia from the perspective of education and teaching. Frontiers in Psychology, 14: 1181712. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2023.1181712

Zuboff, S. (2018). The age of surveillance capitalism: the fight for a human future at the new frontier of power. New York: PublicAffairs.

Publicado

2025-07-14