A Ocupação Do Sertão De Leste Nas Minas Gerais Do Século XIX
Uma Investigação Geo-Histórica
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X..13472Palavras-chave:
Sertões de Leste, Frentes de Ocupação, Século XIXResumo
Esse estudo examina aspectos da ocupação da porção de Minas Gerais, anteriormente denominadas de Sertões de Leste, tendo em conta sua posição geográfica – situada na borda da região mineradora – e as frentes pioneiras que alcançaram essa vasta extensão de florestas no século XIX. Suas características naturais se preservaram devido a fatores de ordem política e econômica que impediram a circulação e o estabelecimento de colonos nessas terras. Contudo, a partir de 1808, o desbravamento e conquista ganharam impulso. Entre 1808 e 1839, as bases que garantiram a entrada no Sertão de Leste foram estabelecidas e os maiores obstáculos vencidos com a construção de novas estradas oficiais, doações de sesmarias e proliferação de fazendas e vilas que gradualmente acabaram com o espaço vital dos indígenas. De 1840 até o fim do século a ocupação se intensificou, as sesmarias doadas foram ocupadas, novas terras foram empossadas, o desmatamento, a agropecuária e atividades correlatas expandiram-se e a diversificação econômica ganhou expressão. O café avançou sobre essas terras, especialmente a partir de 1850/60 e, mais tarde, a indústria têxtil, a siderurgia e a mineração se consolidaram definitivamente nas imediações do curso médio da bacia do rio Doce.Downloads
Referências
ABREU, João Capistrano de. Capítulos de História Colonial (1500-1800). 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1976.
AB’SÁBER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
AGUIAR, José Otávio. Memórias e Histórias de Guido Thomáz Marliére (1808-1836) – A transferência da Corte Portuguesa e a tortuosa trajetória de um Revolucionário Francês no Brasil. Campina Grande: EDUFCG, 2008.
_______. Os ecos autoritários da Marselhesa: Guido Thomaz Marlière e a colonização dos Sertões do rio Doce (Minas Gerais). Fênix – Revista de História e Estudos Culturais. Julho/ Agosto/Setembro de 2007. Disponível em: <http://www.revistafenix.pro.br/PDF12/secaolivre.artigo.8- Jose.Otavio.Aguiar.pdf> Acesso em: 13/11/2013.
BRASIL. Leis etc. Carta Régia de 13 de Maio de 1808. Colecção das Leis do Brazil de 1808. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1891. p. 37-41. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_18/CartaRegia_1305.htm> Acesso em 19/01/2013.
BURMEISTER, Hermann. Viagem ao Brasil através das Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. São Paulo: Livraria Martins, 1952.
CARNEIRO, Patrício Aureliano S. Conquista e povoamento de uma fronteira: a formação Regional da Zona da. Mata no Leste da Capitania de Minas Gerais (1694-1835). Belo Horizonte: Dissertação de Mestrado – UFMG, 2008.
_______ ; MATOS, Ralfo E. S. Geografia Histórica da Ocupação da Zona da Mata Mineira: Acerca do Mito das “Áreas Proibidas”. In: SEMINÁRIO SOBRE A ECONOMIA MINEIRA, 14., 2010, Diamantina. Belo Horizonte: Cedeplar/FACE/ UFMG, 2010.
CARRARA, Ângelo Alves. Minas e Currais: produção rural e mercado interno de Minas Gerais,1674-1807. Juiz de Fora: UFJF, 2007.
CUNHA, Manuela carneiro da (org). História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco; MENDONÇA, Francisco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.
DEAN, Warren. Ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
ESPINDOLA, Haruf Salmen. Sertão do Rio Doce: navegação fluvial, acesso ao mercado mundial, guerra aos povos nativos e incorporação do território da floresta tropical por Minas Gerais (1800-1845). 2000. Tese (Doutorado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
_______. Sertão do Rio Doce. 1. ed. Bauru: Edusc, 2005.
ESCHWEGE, Wilhelm Ludwig Von; RENGER, Friedrich Ewald; RIBEIRO, Tarcísia Lobo; AUGUSTIN, Günther Herwig; ALKMIM, Fernando Flecha de; LIBBY, Douglas Cole. Jornal do Brasil: 1811-1817 ou, Relatos diversos do Brasil, coletados durante expedições científicas. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais, 2000.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 8.ed. São Paulo: Edusp, 2000.
GUERRERO, Patrícia. Vale do Jequitinhonha: a região e seus contrastes. Revista Discente Expressões Geográficas, nº 05, ano V, p. 81 – 100. Florianópolis, maio de 2009. Disponível em: <http://www.geograficas.cfh.ufsc.br/arquivo/ed05/art04ed05.pdf> Acesso em 04/05/2013.
GIOVANINI, Rafael. Regiões em movimento: um olhar sobre a Geografia Histórica do Sul de Minas e da Zona da Mata (1808-1897). Belo Horizonte: Dissertação de Mestrado – UFMG, 2006.
IBGE. Mapa Etno-Histórico do Brasil e Regiões Adjacentes: Adaptado do mapa de Curt Nimuendajú 1944. 1980. <http://biblio.wdfiles.com/local--files/nimuendaju-1981-mapa/nimuendaju_1981_mapa.jpg> Acesso em: 20 de maio de 2013.
IGLESIAS, Francisco. Política econômica do governo provincial mineiro: 1835-1889. Belo Horizonte: FACE/ UFMG. 1954.
LEI N° 601 DE 18 DE SETEMBRO DE 1850. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L0601-1850.htm> Acesso em: 25/08/2012.
LIMA JÚNIOR, Augusto de. A Capitania das Minas Gerais. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1978.
MARTINS, Roberto B. Growing in silence: the slave economy of nineteenth century Minas Gerais, Brazil.1980, 337 f. Tese (Doutorado em Economia) – Vanderbilt University, Nashwille, 1980.
MARTINS, Roberto Borges. A Transferência da Corte Portuguesa Para o Brasil: impactos sobre Minas Gerais. In: SEMINÁRIO SOBRE A ECONOMIA MINEIRA, 13., 2008, Diamantina. Belo Horizonte: Cedeplar/FACE/ UFMG, 2008.
MATOSO, Caetano da Costa. Códice Costa Matoso: Coleção das notícias dos primeiros descobrimentos das minas na América que fez o doutor Caetano da Costa Matoso sendo ouvidor-geral das do Ouro Preto, de que tomou posse emevereiro de 1749, & vários papéis. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1999. 2v.
MERCADANTE, Paulo. Os Sertões do Leste: estudo de uma Região, a Mata Mineira. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1973.
MORAES, Fernanda Borges de. Urdiduras da rede urbana das Minas Gerais setecentistas. In: XI ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL – ANPUR. Salvador, 2005.
MOREIRA, Vânia Maria Losada; SILVA, Tarcísio Glauco da. Junta de Civilização e Conquista dos Índiose Navegação do Rio Doce. Vitória, Revista Ágora, n.4, 2006, p.1-33. Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0CCQQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.periodicos.ufes.br%2Fagora%2Farticle%2Fdownload%2F1900%2F1412&ei=p8f8U4fRHIP2yQTKwoHYBg&usg=AFQjCNFYAwvYP984pqWmJGiyfOAw Sy2dFg&bvm=bv.73612305,d.cWc> Acesso em: 20/02/2013.
PAIVA, Clotilde Andrade; MARTINS, Maria do Carmo Salazar; MARTINS, Roberto Borges. A população de Minas Gerais no século XIX: Novos estudos sobre a escravidão em Minas Gerais. Cedeplar/ FACE/UFMG, 1985.
--------------. Estrutura e dinâmica da população mineira no século XIX. Relatório de atividades – 1989 (versão preliminar). Belo Horizonte: Cedeplar/FACE/UFMG, 1989.
PAULA, João Antônio de. O Prometeu no Sertão: economia e sociedade da Capitania das Minas dos Matos Gerais. Tese (doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1988.
PAULA, Ricardo Zimbrão Afonso de. Indústria em Minas Gerais: origem e desenvolvimento. In: SEMINÁRIO SOBRE A ECONOMIA MINEIRA, 10, 2002, Diamantina. Belo Horizonte: Cedeplar/FACE/ UFMG, 2002. Disponível em: <http://www.cedeplar.ufmg.br/diamantina2002/textos/D13.PDF> Acesso em: 10/12/2013.
PHILO, Chris. História, geografia e o mistério ainda maior da geografia histórica. In: GREGORY, Dereck et al. (Orgs.). Geografia Humana: sociedade, espaço e ciência social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. Cap. 9, p.269-298.
PIRES, Anderson José. Capital Agrário, Investimento e Crise na Cafeicultura de Juiz de Fora – 1870/1930. (Dissertação, Mestrado). Niterói: UFF, 1993.
REIS, José Carlos. Escola do Annales: a inovação em história. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
RODRIGUES, André Figueiredo. Os sertões proibidos da Mantiqueira: desbravamento, ocupação da terra e as observações do governador dom Rodrigues José Meneses. Revista Brasileira de História. Vol.23, n.46. São Paulo, 2003.
ROSS, Jurandir. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.
SAINT-HILAIRE. Viagem ao Espírito Santo e Rio Doce. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1974.
--------------. Viagem pelas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1975.
SANTOS, Victor Vinicius dos. Uma investigação geohistórica sobre a ocupação do Sertão de leste nas Minas Gerais do século XIX. Belo Horizonte: Dissertação de Mestrado, 2014.
SOARES, Weber. As fronteiras epistemológicas entre Geografia e História e a travessia conciliadora na Geohistória da expansão marítima portuguesa. In: Geografia, Rio Claro, v. 38, n. 1, p. 37-53, jan./abr. 2013.
STRAFORINI, Rafael. Tramas que Brilham: Sistema de circulação e a produção do território brasileiro no século XVIII. Tese (Doutorado em Geografia). 293f. Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
TAUNAY, Afonso de E. Relatos sertanistas. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1981.
TSCHUDI, Johann Jakob von. Viagens através da América do Sul. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais. 2006.
VALVERDE, Orlando. Estudo Regional da Zona da Mata de Minas Gerais. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 3-79, 1958.
VASCONCELOS, Diogo de. História Média das Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1918.
VENÂNCIO, Renato Pinto. Os Últimos Carijós: Escravidão Indígena em Minas Gerais: 1711-1725. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 17, n. 34, p. 165-181, 1997.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Revista Geografias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os artigos desta revista obedecem a licença Creative Commons — Attribution 4.0 International — CC BY 4.0