A Geografia vai à mesa
código culinário em comunidade camponesa no nordeste paraense
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X.2025.54094Palabras clave:
Campesinato, cultura alimentar, território, agronegócio do dendêResumen
O jornal The New York Times destacou os impactos negativos da presença de grandes empresas alimentícias ocidentais em países em desenvolvimento, promovendo reflexões sobre os impérios alimentares, a globalização e a homogeneização alimentar. No Brasil, por outro lado há uma gama de camponeses que praticam a autoprodução, defendem a autossuficiência alimentar e de vida. Este estudo investiga as mudanças nos hábitos alimentares da comunidade do Castanhalzinho, em Concórdia do Pará – PA, perante o consumo industrial em detrimento da alimentação agroecológica e natural. Com abordagem qualitativa e trabalho de campo, analisou-se o impacto do acesso a alimentos industrializados, que frequentemente substituem a produção local. Apesar disso, a produção de mandioca emerge como símbolo de resistência, evidenciando as raízes culturais e simbólicas dessa comunidade. O estudo adota uma visão crítica e geográfica, destacando os desafios e as estratégias de preservação dos modos de vida locais em face à influência do modelo alimentar globalizado.
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