Estudante de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Arte-Educadora e Analista de Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC-Minas.
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil
Arquiteta. Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade de São Paulo – PUC-SP. Professora da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) um dos vetores de maior expansão urbana é o denominado Vetor Norte. Nesse território marcado pela presença de áreas minerárias, condomínios de luxo e do Aeroporto Internacional Tancredo Neves encontrase uma das áreas de maior vulnerabilidade socioambiental do estado de Minas Gerais, o Carste de Lagoa Santa. Embora existam dispositivos como unidades de conservação no território e uma grande diversidade de planejamentos e legislações, os impactos antrópicos continuam sendo significativos tanto sobre os atores humanos (especialmente os moradores) quanto sobre os atores não humanos (ecossistemas, relevo, solo, hidrografia). O objetivo do presente artigo é apontar e compreender as sobreposições existentes entre distintas legislações e instrumentos de planejamento urbano no território da Área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa, a partir de uma breve cartografia do território. Assim, apesar da comprovada vulnerabilidade socioambiental da Carste de Lagoa Santa, no Vetor Norte da RMBH, a desarticulação entre legislações de planejamento urbano municipal, metropolitano e de outras instâncias para região acentua os desafios de preservação de áreas vulneráveis.
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