Caminhos para utopia iconoclasta
diálogo entre psicanálise, arquitetura e urbanismo
DOI:
https://doi.org/10.35699/2525-3263.2020.28725Palavras-chave:
Utopia, Arquitetura, Psicanálise, MarcuseResumo
Esse trabalho procura, em um primeiro momento, demonstrar como a produção arquitetônica no século XX tem uma forte relação com o conceito de “utopia projetista” proposto por Russell Jacoby em sua obra “Imagem Imperfeita: Pensamento Utópico para uma Época Antiutópica”. Revela a importância da utopia para o campo da arquitetura e urbanismo desde seu apogeu com o Movimento Moderno até o ostracismo do pensamento utópico na pós-modernidade.Em contraponto, relaciona a categoria elaborada por Jacoby de “utopia iconoclasta”, com a hipótese de transformação de uma realidade repressiva em uma realidade não-repressiva a partir de uma interpretação de Herbert Marcuse das concepções da teoria freudiana. Demonstra como a transformação das pulsões é necessária para a construção de uma realidade emancipatória. Por fim,busca caminhos para um reencontro do campo disciplinar da arquitetura e do urbanismo com o pensamento utópico, por meio de um deslocamento da prática “projetista” para uma produção que se aproprie da imaginação arquitetônica para construir uma utopia iconoclasta.
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Referências
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