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Ensaios

v. 6 n. 2 (2020): Revista Indisciplinar

Utopias e distopias no colapso da modernização, ou: como a crise altera os nossos regimes de expectativa

DOI
https://doi.org/10.35699/2525-3263.2020.29012
Enviado
janeiro 14, 2021
Publicado
2020-12-31 — Atualizado em 2020-12-31

Resumo

Neste ensaio, pretendo perseguir uma intuição: está definitivamente terminada a era das utopias. Se algum dia já se sonhou em como as coisas poderiam ser melhores no futuro, esse tempo terminou. Soa como um enorme anacronismo alguém falar de uma utopia – seja lá de que malabarismo retórico se valha para tentar nos convencer. Não se espera nada do futuro – afinal, ele deixou de existir. Nossa experiência temporal é agora comprimida por um presentismo asfixiante. Do nosso horizonte se desfez a miragem de um futuro melhor. O máximo que parece ser possível fazer é garantir – com muitos esforços – que ele não seja pior. Vale notar: temos falhado miseravelmente nesse quesito.

 

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