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Artigos

v. 6 n. 2 (2020): Revista Indisciplinar

Barcos Possíveis: heterotopia como Terceira Margem

DOI
https://doi.org/10.35699/2525-3263.2020.29044
Enviado
janeiro 15, 2021
Publicado
2020-12-31 — Atualizado em 2020-12-31

Resumo

Na genealogia do processo artístico Barcos Possíveis – inicialmente uma série de barquinhos de papel feitos com panfletos recolhidos no centro da cidade (Recife, Pernambuco) tendo como desdobramento a performance Oficina Rápida e Gratuita de Como Fazer? Barcos de Papel – estão algumas ficções que envolvem o tema das travessias. Uma delas é a do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, A Terceira Margem do Rio. Nesse conto, publicado em 1962, um homem decide encomendar uma pequena canoa para então viver à deriva nas águas de um rio. Essa travessia, endereçada a lugar nenhum (ou especificamente a um não-lugar), suscita todo tipo de incompreensibilidade na criação de uma margem inexistente. É possível acessar, através de Foucault (2013), um pensamento voltado a este tipo de espacialidade, essencialmente outra, quando ele amplia o conceito de heterotopia – uma utopia realizada – aplicando-o ao espaço. Partindo de um diálogo entre os dois autores, este texto pretende fazer ressoar na escrita parte da investigação artística que consiste no questionamento: como produzir e habitar terceiras margens? Para isso, traçamos uma topografia dos espaços/ margens que integram o mapa desta poética, ou seja, por onde transitam geograficamente e conceitualmente os Barcos Possíveis.

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