AS REVIRAVOLTAS DO DIVERTIMENTO EM PASCAL
Palavras-chave:
Pascal, Divertimento, Tédio, Século XVIIResumo
Longe de criticar o divertimento como mera futilidade, Pascal o considera um dispositivo de sobrevivência incontornável para a condição humana, continuamente ameaçada pelo tédio (ennui). O que ainda não é totalmente claro, porém, é o alcance desta incontornabilidade. Em outras palavras: o cristão também se diverte ou o divertimento é um caminho necessário apenas ao não-cristão? Trata-se de uma descrição fenomenológica dos comportamentos humanos, sem implicação para o projeto apologético pascaliano, ou de um elemento constitutivo deste último? Estas perguntas fazem necessário um retorno ao tema, analisando os principais fragmentos que o exploram e retomando alguns intérpretes fundamentais. Ao final, pretendemos ter mostrado que o divertimento só pode ser contornado quando ocorre a intervenção sobre-humana da graça.
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Referências
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