INFINITO E NÚMERO NA FILOSOFIA DE ESPINOSA

Autores

Palavras-chave:

Espinosa, Infinito, Indefinido, Número, Contínuo

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as relações entre infinito e número na filosofia de Espinosa. Para tanto, a análise iniciará se debruçando sobre a Carta 12 e distinguindo as noções de infinito em ato, indefinido, ilimitado e não-enumerável. Nesse momento, buscar-se-á evidenciar em que medida as noções citadas diferem entre si, e porque não podem ser confundidas. Ao tratar da noção de número e de grandezas não-enumeráveis, a análise focará no exemplo dos círculos não concêntricos, oferecido por Espinosa, e evidenciará que, além do contínuo, o que está em jogo no exemplo citado é aquilo que posteriormente viria a ser conhecido como números irracionais. Em seguida, tratar-se-á da noção de entes de razão e mostrar-se-á em que medida o tempo, a medida e o número diferem enquanto entes de razão. Feito isso, o artigo se encerra evidenciando que (i) é o número que depende do infinito para ser concebido, e não o inverso; e que (ii) a lição legada por Espinosa abre caminho para uma nova maneira de pensar o infinito, que será explorada por Cantor.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADAM, C., TANNERY, P. “Oeuvres de Descartes”. Paris: Vrin, 1964-74. (12 Vols.)

ARIEW, R. “The Infinite in Spinoza’s Philosophy”. In: CURLEY; MOREAU (Eds),

“Spinoza: Issues and Directions – The Procedings of the Chicago Spinoza Conference”,

pp. 16-31, Brill, 1990.

CANTOR, G (1883). “Foundations of a General Theory of Manifolds”. The Campaigner:

Journal of the National Caucus of Labor Committee, Vol. 9, Nr. 1-2, pp. 69-96, Jan-

Feb. 1976.

DEA, S. “The Infinite and the Indeterminate in Spinoza”. Dialogue, Vol. 50, Special

Issue 03, pp. 603-621, set. 2011.

DESCARTES, R (1644). “Princípios da Filosofia”. Tradução de João Gama. Lisboa:

Edições 70, s/d.

EUCLIDES (300 a.c.?). “Os Elementos”. São Paulo: Ed. UNESP, 2009.

ESPINOSA, B (entre 1660 e 1663). “Tratado da reforma da inteligência”. Tradução,

introdução e notas de Lívio Teixeira. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

______ (entre 1665 e 1673). “Ética”. Tradução de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte:

Autêntica, 2009.

______ (1663). “Carta 12”. In: GUINSBURG, J., CUNHA, N., ROMANO, R. (orgs.).

Spinoza: Obra completa. Tradução e notas por Jacob Guinsburg e Newton Cunha. São

Paulo: Perspectiva, 2014. (4 Vols.)

______ (1663). “Princípios da Filosofia Cartesiana e Pensamentos Metafísicos”.

Tradução de Homero Santiago e Luís Cesar Oliva. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

GEBHARDT, C. (ed.). “Spinoza Opera”. Im Auftrag der Heidelberger Akademie der

Wissenchaften herausgegeben von Carl Gebhardt. Heidelberg: Carl Winter, 1925. (4 Vols.)

GUEROULT, M. “Spinoza, I – Dieu (Éthique I)”. Paris: Aubier-Montaigne, 1968.

GUINSBURG, J., CUNHA, N., ROMANO, R. (orgs.). “Spinoza: Obra completa”.

Tradução e notas por Jacob Guinsburg e Newton Cunha. São Paulo: Perspectiva, 2014.

(4 Vols.)

NACHTOMY, O. “A tale of Two Thinkers, One Meeting, and Three Degrees of Infinity :

Leibniz and Spinoza (1675-8) ”. British Journal for the History of Philosophy, Vol.

, Nr. 5, pp. 935-961, 2011.

NEWSTEAD, A. “Cantor on Infinity in Nature, Number and the Divine Mind”. American

Catholic Philosophical Quarterly, Vol. 83, Nr. 4, pp. 533-553, 2009.

Downloads

Publicado

26-10-2021

Como Citar

FERREIRA, G. G. . INFINITO E NÚMERO NA FILOSOFIA DE ESPINOSA. Revista Kriterion, [S. l.], v. 62, n. 149, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/kriterion/article/view/35092. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos