Introdução e difusão das ideias kleinianas no Brasil e seus impactos para a psicanálise de crianças

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/1676-1669.2024.48182

Palavras-chave:

Melanie Klein, psicanálise de crianças, Brasil

Resumo

O objetivo deste artigo é demonstrar de que maneira o pensamento psicanalítico de Melanie Klein foi introduzido e difundido no Brasil, e, simultaneamente, apresentar a relação entre as ideias de Melanie Klein e o desenvolvimento da psicanálise de crianças no país. A partir de uma investigação histórica, fundamentada em análise documental e entrevistas com pioneiros da psicanálise, identificou-se que a transmissão das ideias kleinianas por intermédio da psicanálise de crianças no Brasil, iniciada na década de 1930, passou por três etapas: 1) Das primeiras referências às práticas de higiene mental escolar, 2) O surgimento da prática clínica e 3) A consolidação da psicanálise de crianças e da matriz kleiniana. Conclui-se que a apropriação das ideias kleinianas no Brasil transitaram de uma reprodução canônica, com pouca ou nenhuma inovação no início, em direção ao desenvolvimento de um pensamento clínico original com a introdução de inovações teóricas e técnicas.

Biografia do Autor

  • Jorge Luís Ferreira Abrão, Universidade Estadual Paulista

    Professor titular do departamento de Psicologia Clínica da Faculdade de Ciências e Letras de Assis da Universidade Estadual Paulista. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista (1994), graduação em Direito pela Fundação Educacional do Município de Assis (2019), mestrado em Psicologia e Sociedade pela Universidade Estadual Paulista (1999), doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (2004) e Livre-docência em Psicologia Clínica pela Universidade Estadual Paulista (2012).

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Publicado

2024-11-04

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Artigos

Como Citar

Introdução e difusão das ideias kleinianas no Brasil e seus impactos para a psicanálise de crianças. (2024). Memorandum: Memória E História Em Psicologia, 41, e48182. https://doi.org/10.35699/1676-1669.2024.48182