Plantão psicológico em um serviço de assistência judiciária

Autores

  • Helen Mozena Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • Vera Engler Cury Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Palavras-chave:

atenção psicológica clínica em instituição, psicologia humanística, plantão psicológico, assistência judiciária

Resumo

Este estudo qualitativo de inspiração fenomenológica objetivou compreender a potencialidade terapêutica do plantão psicológico ao ser implantado num Serviço Universitário de Assistência Judiciária. A perspectiva teórica adotada foi a Abordagem Centrada na Pessoa. A experiência intersubjetiva vivida pela pesquisadora ao estar com os clientes constituiu-se no objeto de análise. Foram redigidas narrativas sobre alguns atendimentos, que trouxeram à luz elementos significativos da experiência. A presença da plantonista contribuiu para que a instituição oferecesse uma escuta diferenciada às pessoas e suas demandas; os clientes apropriaram-se do espaço de atendimento psicológico, o que lhes permitiu atribuir às queixas de natureza jurídica novos significados. O desvendar dos sentidos desta prática psicológica, implantada num serviço jurídico, legitimou-a como uma modalidade de atenção psicológica clínica que efetivamente representa uma contribuição ao atendimento praticado em instituições.

 

Biografia do Autor

  • Helen Mozena, Pontifícia Universidade Católica de Campinas
    mestre em Psicologia pela PUC-Campinas (2009), professora do curso de Psicologia da Universidade Paulista de Limeira e da Anhanguera Educacional (Campinas e Leme).
  • Vera Engler Cury, Pontifícia Universidade Católica de Campinas
    mestre em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e doutora em Saúde Mental pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP; docente pesquisadora do Programa de Psicologia da PUC-Campinas; especialista em psicologia clínica.

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Publicado

2010-10-26

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Plantão psicológico em um serviço de assistência judiciária. (2010). Memorandum: Memória E História Em Psicologia, 19, 65-78. https://periodicos.ufmg.br/index.php/memorandum/article/view/6574