A pessoa como sujeito da experiência
um percurso na história dos saberes psicológicos
Palavras-chave:
experiência, história das idéias, história da psicologiaResumo
Discutem-se as definições de “experiência” da história da cultura ocidental que influenciaram a constituição dos saberes psicológicos: desde Aristóteles até Wundt e James. Originariamente entendida segundo dimensões diversificadas, experiência se referia seja ao conhecimento sensorial e prático das coisas, seja à verificação e à prova, seja ao conhecimento interior. Analisam-se nessa tradição as contribuições de Agostinho, Roger Bacon, Tomás de Aquino e seus interpretes jesuítas em âmbito luso-brasileiro. A partir da Idade Moderna, pela influência das filosofias empiristas, experiência foi reduzida à dimensão de conhecimento sensorial testado e comprovado conforme os critérios do método científico; a ‘prática das coisas’ foi definida como senso comum tendo acepção negativa; e o conhecimento interno foi restrito ao âmbito determinado pelos parâmetros do conhecimento externo. Separavam-se assim dimensões da experiência anteriormente concebidas de modo unitário. Este conceito de experiência foi utilizado no século XIX no estabelecimento de domínio, métodos e objetos da nova Psicologia científica.
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