Experiência como fator de conhecimento na psicologiafilosófica aristotélico-tomista da Companhia de Jesus (séculos XVI-XVII)

Autores

  • Paulo Roberto de Andrada Pacheco Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

experiência, Companhia de Jesus, Litterae Indipetae

Resumo

Analisando um tipo específico de correspondência epistolar jesuítica – as Litterae Indipetae –, evidenciou-se um dinamismo de elaboração da experiência, revelador de um modus vivendi baseado no que comumente vem designado sob o nome de psicologia-filosófica aristotélicotomista. É a este vivido descrito nas cartas e a este modo de viver específico (com suas devidas implicações fundamentais) que se dedica este artigo, buscando responder a uma pergunta: em que medida a experiência (tal como era entendida no âmbito histórico-cultural-institucional próprio da Companhia de Jesus nos séculos XVI e XVII) é fator de conhecimento? E conhecimento de quê? Mostrou-se uma concepção de experiência que parte do pressuposto de que o homem é uma unidade (corpo e alma, razão e fé, sensação e intelecção) e de que, vivendo ordenado (em si mesmo e no mundo que o circunda), realiza-se o seu ser por analogia ao Ser Divino.

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Biografia do Autor

Paulo Roberto de Andrada Pacheco, Universidade de São Paulo

psicólogo formado pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto; desenvolvendo pesquisa na área de concentração de História das Idéias Psicológicas na Cultura Luso-Brasileira.

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Publicado

2004-10-01

Como Citar

Pacheco, P. R. de A. (2004). Experiência como fator de conhecimento na psicologiafilosófica aristotélico-tomista da Companhia de Jesus (séculos XVI-XVII). Memorandum: Memória E História Em Psicologia, 7, 58–87. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/memorandum/article/view/6775

Edição

Seção

Artigos