Pesquisa documental sobre o Hospital Psiquiátrico Espírita Cairbar Schutel
Palavras-chave:
loucura, saúde mental, reforma psiquiátricaResumo
A desospitalização aparece como um importante movimento paradigmático em saúde mental no Brasil que ainda vivencia um processo de Reforma Psiquiátrica. Nesse sentido, a presente pesquisa tem como objetivo central realizar um levantamento documental sobre o Hospital Psiquiátrico Espírita Cairbar Schutel, na Biblioteca Municipal e Arquivo Municipal de Araraquara. Buscou-se identificar, com isso, quais discursos foram produzidos sobre a instituição em uma perspectiva Construcionista Social. A partir da epistemologia da análise crítica do discurso foi possível construir dois temas centrais para análise temática: Cairbar e a marca religiosa na loucura e Cairbar na historicidade política. A identificação desses dois temas possibilitou analisar os documentos encontrados e relacioná-los às transformações de assistência à saúde mental, mediadas pela Reforma Psiquiátrica Brasileira, compreendendo a historicidade e a visão de loucura ligada ao discurso religioso.
Downloads
Referências
Almeida, A. A. S. (2007). Uma fábrica de loucos:psiquiatria x espiritismo no Brasil (1900-1950). Tese de Doutorado, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP.
Almeida, A.A.S., Oda, A. M. G. R. & Dalgalarrondo, P. (2007). O olhar dos psiquiatras brasileiros sobre os fenômenos de transe e possessão. Revista de Psiquiatria Clínica, 34 (supl.1), 34-41.
Amarante, P. (1995). Novos sujeitos, novos direitos: o debate em torno da reforma psiquiátrica. Cadernos de Saúde Pública, 11(3), 491-494. Recuperado em 06 de agosto, 2014 de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1995000300024&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
Amarante, P. (1996). O homem e a serpente:outras histórias para a loucura e a psiquiatria. Rio de Janeiro: Fiocruz.
Amarante, P. (2001). Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil (2a ed.). Rio de Janeiro: Fiocruz.
Barreto, J. (2005). O umbigo da reforma psiquiátrica: cidadania e avaliação de qualidade em saúde mental. Juiz de Fora, MG: UFJF.
Basaglia, F. (1985). A instituição negada: relato de um hospital psiquiátrico (H. Jahn, Trad.).Rio de Janeiro: Graal. (Original publicado em 1968).
Birman, J. & Costa, J. F. (1994). Organização de instituições para uma psiquiatria comunitária. Em P. Amarante (Org.). Psiquiatria social e reforma psiquiátrica (pp. 41-72). Rio de Janeiro: Fiocruz.
Burke, P. (2012). História e teoria social (2a ed.). (K. B. Gerhardt, R. V. Majer & R. L. Ferreira, Trad.s). São Paulo: Unesp. (Original publicado em 1991).0
Carvalho, J. M. (2008). Cidadania no Brasil: o longo caminho(10a ed.).Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Chauí, M. (2000). Convite à filosofia (7a ed.). São Paulo: Ática.
Costa, J. F. (1976). História da psiquiatria no Brasil: um corte ideológico. Rio de Janeiro: Documentário.
Delgado, P. G. G. (1997). A psiquiatria no território: construindo uma rede de atenção psicossocial. Saúde em Foco, 6(16), 41-43.
Devera, D. & Costa-Rosa, A. (2007). Marcos históricos da reforma psiquiátrica brasileira:transformações na legislação, na ideologia e na práxis. Revista de Psicologia da UNESP, 6(1), 60-79. Recuperado em 10 de setembro, 2014, de www2.assis.unesp.br/revpsico/index.php/revista/article/viewFile/46/88.
Fairclough, N. (1995). Critical discourse analysis: the critical study of language. New York: Longman.
Ferreira Neto, J. L. (2010). A atuação do psicólogo no SUS: análise de alguns impasses. Psicologia: Ciência e Profissão, 30(2), 390-403. Recuperado em 30 de abril, 2018, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414.
Foucault, M. (1978). História da loucura na Idade Clássica (J. T. Coelho Netto, Trad.). São Paulo: Perspectiva. (Original publicado em 1961).
Foucault, M. (2013). Microfísica do poder(27a ed.). (R. Machado, Trad.). São Paulo: Graal. (Original publicado em 1979).
Gergen, K. J. (1996). La autonarración en la vida social. Em K. J. Gergen. Realidades y relaciones (pp. 231-258). (F. M. Orti, Trad.). Buenos Aires: Paidós. (Original publicado em 1994).
Gergen, K. J. (1997). Realities and relationships.Cambridge: Harvard University.
Gergen, K. J. (1999). An invitation to social construction. London: Sage.
Giumbelli, E. (1997). Heresia, doença, crime ou religião: o Espiritismo no discurso de médicos e cientistas sociais. Revista de Antropologia, 40(2), 31-82.
Goffman, E. (1974). Manicômios, prisões e conventos (D. M. Leite, Trad.). São Paulo: Perspectiva. (Original publicado em 1961).
Lei nº 10.216(2001, 6 de abril). Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília, DF: Presidência da República. Recuperado em 10 de setembro, 2014, de www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2001/lei-10216-6-abril-2001-364458-publicacaooriginal-1-pl.html.
Martín Rojo, L. (2005). A fronteira interior: análise crítica do discurso: um exemplo sobre “racismo”. Em L. Iñiguez (Org.). Manual de análise do discurso em ciências sociais(2a ed.; pp. 206-207). (V. L. Joscelyne, Trad.). Petrópolis, RJ: Vozes. (Original publicado em 2003).
Menezes, B. (2012). A loucura sob novo prisma. São Paulo: FEB. (Original publicado em 1920).
Ministério da Saúde. (2005). Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil [Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços em Saúde Mental:15 anos depois de Caracas]. Brasília, DF: Autor.
Ministério da Saúde. (2011). Saúde mental no SUS:as novas fronteiras da ReformaPsiquiátrica (Relatório de Gestão 2007-2010). Brasília, DF: Autor.
Pessotti, I. (1996). O século dos manicômios. São Paulo: 34.
Portaria n. 3588. (2017, 21 de dezembro). Altera as Portarias de Consolidação nº 3 e nº 6, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre a Rede de Atenção Psicossocial, e dá outras providências. Brasília, DF: Ministério da Saúde.
Resende, H. (1992). Política de saúde mental no Brasil: uma visão histórica. Em S. A. Tundis & N. R. Costa (Org.s). Cidadania e loucura: políticas de saúde mental no Brasil(3a ed.,pp. 15-75). Petrópolis, RJ: Vozes.
Resolução n. 32. (2017, 22 de dezembro). Estabelece as Diretrizes para o Fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Brasília, DF: Ministério da Saúde.
Saraceno, B. (2011). A cidadania como forma de tolerância. Revista de Terapia Ocupacional, 22(2), 93-101.
Spink, P. (2004). Análise de documentos de domínio público. Em M. J. Spink (Org.). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano, aproximações teóricas e metodológicas (3a. ed., pp. 123-153). São Paulo: Cortez.
Yasui, S. (2010). Rupturas e encontros:desafios da reforma psiquiátrica brasileira. Tese de Doutorado, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ.
Yasui, S. & Barzaghi, N. (2018). História, memória e luta: a construção da reforma psiquiátrica no Brasil. Em, Convención Internacional “Cuba Salud 2018”. Havana: Ministerio de Salud Pública de Cuba. Recuperado em 13 de maio, 2018, de www.convencionsalud2018.sld.cu/index.php/connvencionsalud/2018/paper/view/792
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os trabalhos publicados na revista eletrônica Memorandum: Memória e História em Psicologia são licenciados sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.