"Nous avons exilé la beauté, les Grecs ont pris les armes pour elle"

Recepção da Antiguidade em L’Exil d’Hélène (1948), de Albert Camus

Autores

Palavras-chave:

Recepção da Antiguidade, Albert Camus, Beleza, L'Été, Helena

Resumo

No ensaio intitulado “L’Exil d’Hélène” (“O exílio de Helena”, 1948), o artista franco-argelino Albert Camus enuncia movimentos de luz e sombra ao estabelecer o jogo de comparações entre os gregos e o pensamento europeu de seu tempo. No presente trabalho, o objetivo é compreender o papel que o material antigo desempenha na economia geral do ensaio. O método consiste na investigação e na seleção das passagens em que o autor recepciona o material clássico, contrapondo a antiguidade ao seu tempo presente. Conclui-se que o sentido do exílio de Helena, isto é, a razão de ser da recepção dos antigos no ensaio, configura-se a partir do reconhecimento de que quando o império do espírito, conquistador de regiões, corpos e almas, expande-se a
ponto de ofuscar o que quer que não esteja contido em sua vontade de sentido, Helena (metáfora para uma ampla acepção de beleza) evade do mundo. Mantendo-se o tom belicoso, a beleza está exilada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rodrigo de Miranda, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

- mestre em história (2021) pela UFRGS

Referências

ARAÚJO, Raphael Luiz de. Variações do mito de Nêmesis nos escritos de Albert Camus. 2017. 321f. Tese (Doutorado em Língua e Literatura Francesa) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2017. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-25072018-154151/pt-br.php. Acesso em: 05 set. 2021.

BAKOGIANNI, Anastasia. O que há de tão “clássico” na recepção dos clássicos? Teorias, metodologias e perspectivas futuras. Tradução de Ana Thereza B. Vieira, Artur Bezerra, Marina Albuquerque e Vanessa do Carmo Abreu. Codex – Revista de Estudos Clássicos, Rio de Janeiro, v.4, n. 1, p. 114-131, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.25187/codex.v4i1.3341. Acesso em: 23 mar. 2021.

BROCKLISS, William. Introduction. In: BROCKLISS, William (ed.) et al. Reception and the Classics: A Interdisciplinary Approach to the Classical Tradition. Cambridge University Press, 2011. p.1-16.

CAMUS, Albert. Noces, Suivi de l’Été. Paris: Gallimard, 1959. E-book Kindle.

CAMUS, Albert. Carnets I (mai 1935 – février 1942). Paris: Gallimard, 1962. E-book Kindle.

CAMUS, Albert. O exílio de Helena. In: CAMUS, Albert. Núpcias, o verão. Tradução de Vera Queiroz da Costa e Silva. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979a. p. 103-109.

CAMUS, Albert. O vento em Djemila. In: CAMUS, Albert. Núpcias, o verão. Tradução de Vera Queiroz da Costa e Silva. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979b. p. 18-25.

CAMUS, Albert. O Homem revoltado. Tradução de Valerie Rumjanek. 12. ed. Rio de Janeiro: Record, 2018.

CAMUS, Albert. A Inteligência e o Cadafalso. Tradução de Manuel da Costa Pinto e Cristina Murachco. 5. ed. São Paulo: Record, 2020.

HOLUB, Robert. Alternative models and controversies. In: HOLUB, Robert. Reception Theory: A Critical Introduction. London: Methuen, 1984. p.107-146.

JAUSS, Hans Robert. A estética da recepção: colocações gerais. In: LIMA, Luiz da Costa (org.). A literatura e o leitor: textos de estética da recepção. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. p. 67-84.

JIANG, Jingchao. ‘La Méditerranée’ in Albert Camus’s Early Writings. 2014. 173f. Dissertação (Mestrado em Artes) – School of Languages, Cultures, Art History and Music, University of Birmingham. Birmingham, 2014. Disponível em: https://etheses.bham.ac.uk/id/eprint/5761/1/Jiang15MA.pdf. Acesso em: 05 out. 2021.

KAŁUŻA, Maciej. Camus and His Hegel(s). In: SHARPE, Matthew J.; FRANCEV, Peter; KAŁUŻA, Maciej (org.). Brill’s Companion to Camus: Camus among the philosophers. Leiden, Boston: Brill, 2020. p. 199-222.

MARTINDALE, Charles. Redeeming the Text: Latin Poetry and the Hermeneutics of Reception. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.

MILLER, Paul Allen. Postmodern Spiritual Practices: The Construction of the Subject and the Reception of Plato in Lacan, Derrida, and Foucault. Columbus: The Ohio State University, 2007.

PLATÃO. Hípias Maior. Tradução de Lucas Angioni. Revista Archai, Brasília, DF, v. 2, n. 26, p. 1-51, 2019. DOI: https://doi.org/10.14195/1984-249X_26_8. Disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/index.php/archai/article/view/1984-249X_26_8. Acesso em: 09 set. 2021.

POPPI, Carolina. Século XVII na França: Les Belles Infidèles, Racine e o modelo dos clássicos antigos. Non Plus, São Paulo, v. 2, n. 3, p. 29-43, 2013. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/nonplus/article/view/49033. Acesso em: 05 out. 2021.

RICHARDSON, Luke. Camus the Athenian: Philhellenism and Utopia in l’Homme Révolté’s Relationship to Ancient Philosophy. In:

SHARPE, Matthew J.; FRANCEV, Peter; KAŁUŻA, Maciej (org.). Brill’s Companion to Camus: Camus among the philosophers. Leiden,

Boston: Brill, 2020. p. 31-52.

RODAN, Martin. Camus et L’antiquité. Berna: Peter Lang, 2014.

SHARPE, Matthew J. The Invincible Summer: On Albert Camus’ Philosophical Neoclassicism. Sophia, [s. l.], v. 50, p. 577–592, 2011.

DOI: https://doi.org/10.1007/s11841-011-0275-z. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s11841-011-0275-z. Acesso em: 18 ago. 2021.

SHARPE, Matthew J. ‘In joy we prepare our lessons’: Reading Camus’ Noces via their reception of the Eleusinian Mysteries. Classical

Receptions Journal, Oxford, v. 8, n. 3, p. 375–403, 2016a. DOI: https://doi.org/10.1093/crj/clv008. Disponível em: https://academic.oup.com/crj/article/8/3/375/1746365. Acesso em: 18 jun. 2021.

SHARPE, Matthew J. Albert Camus’ Hellenic Heart, between Saint Augustine and Hegel. In: GOLDWYN, Adam J.; NIKOPOULOS, James (orgs.). Brill’s Companion to the Reception of Classics in International Modernism and the Avant-Garde. Leiden, Boston: Brill, 2016b. p. 242-268.

SILVA, Nilson Adauto Guimarães da. Albert Camus e a busca dos clássico. Calíope – Presença Clássica, Rio de Janeiro, n. 17, p. 74-94,

Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/caliope/issue/viewIssue/1494/913. Acesso em: 17 ago. 2021.

TANOVIC, Selma. Les mythes et la Grèce Antique dans l’Éstranger de Camus. 2016. 77f. Dissertação (Mestrado em Literatura Francesa) – Institutt for Litteratur, Områdestudier og Europeiske Språk, Universidade de Oslo, Oslo, 2016. Disponível em: https://www.duo.uio.no/bitstream/handle/10852/58890/selma-tanovic-pdf-final-1.pdf?sequence=1. Acessoem: 04 out. 2021.

TODD, Olivier. Albert Camus: A life. Nova Iorque: Knopf Doubleday Publishing Group, 1997. E-book Kindle.

VARGAS, Anderson Zalewski. As recepções e as conformações do passado. Heródoto, Guarulhos, v. 4, n. 2, p. 7-17, 2019. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/herodoto/article/view/10959. Acesso em: 22 mar. 2021.

Downloads

Publicado

2022-12-20

Como Citar

de Miranda, R. (2022). "Nous avons exilé la beauté, les Grecs ont pris les armes pour elle": Recepção da Antiguidade em L’Exil d’Hélène (1948), de Albert Camus. Nuntius Antiquus, 18(1), e36750. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/36750

Edição

Seção

Artigos