Prudêncio e a autoproclamação de vate sagrado

em defesa do imperium sine fine contra o paganismo

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35699/1983-3636.2025.57871

Palabras clave:

Prudêncio, Vate, Imperium sine fine

Resumen

O trabalho investiga a maneira que Prudêncio se coloca como vate sagrado de um discurso político-religioso, analisando, de modo especial, como essa noção entremeia-se na tese prudentina de que o Império Romano cristianizado sob o regime do imperador Teodósio I é o poder prenunciado na Eneida ao se cantar a Roma e um império sem fim. Demonstrando como o poeta se utiliza da literatura pagã e cristã, a pesquisa se sustenta essencialmente a partir do conjunto poético do autor e da literatura crítica a respeito dele, a exemplo de Witke (1968), Wilken (1999), Pelttari (2019), Mastrangelo (2022), dentre outros.

Biografía del autor/a

  • Regimário Costa Moura, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

    Licenciado em Letras - Língua Portuguesa pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB, 2020), Mestre em Linguagem e Ensino (PPGLE/UFCG, 2023) e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (PPgEl/UFRN - 2024) concentrando os estudos e pesquisas atuais no campo da literatura latina cristã da Antiguidade Tardia com foco nos escritos de Prudêncio, e de modo especial, em trabalhos voltados à tradução. Tendo atuado como no Campus VI da UEPB como professor e História da Língua Portuguesa e Língua Latina I e II, atualmente é professor colaborador no Núcleo de Cultura Clássica (NUCLAS-UFC) e desenvolve projetos acerca da literatura latina cristã.

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Publicado

2025-07-02

Cómo citar

Prudêncio e a autoproclamação de vate sagrado: em defesa do imperium sine fine contra o paganismo. (2025). Nuntius Antiquus, 21(1), 1–23. https://doi.org/10.35699/1983-3636.2025.57871