A recepção dos clássicos greco-romanos em Hilda Hilst

Resumo

Este artigo busca estabelecer um diálogo com os estudos de recepção dos clássicos greco-romanos ao utilizar a obra Júbilo, memória e noviciado da paixão (1974) de Hilda Hilst, com ênfase na seção "Ode descontínua e remota para flauta e oboé. De Ariana para Dionísio", em comparação com produções romanas. Através do cotejamento com o "Poema 64" de Catulo e a "Carta X" das Heróides de Ovídio, pretende-se investigar como os mitos de Teseu, Ariadne e Dioniso se reinventam através da recepção pelos poetas romanos e por Hilst. Inicialmente, busca-se estabelecer o referencial teórico situando os estudos de recepção dos clássicos com base em Bakogianni (2016). Em seguida, é apresentada uma análise da produção mitológica greco-romana, essencial para compreender as inspirações presentes nos excertos de Catulo e Ovídio, utilizando o panorama oferecido por Brandão (1987). Após situar os mitos de Ariadne, Teseu e Dioniso, realiza-se a apresentação e análise do "Poema 64" de Catulo e da "Carta X" de Ovídio. Por fim, ao estabelecer um diálogo entre as produções clássicas e a obra de Hilst, este estudo conclui que a autora não apenas recupera, mas também transforma os clássicos, estabelecendo um diálogo entre o passado e o presente e enfatizando a relevância contínua dos mitos na literatura contemporânea.