A rotina de sinha Vitória

sonhos num mundo recalcitrante

Autores

  • Hermenegildo José de Menezes Bastos Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.24.2.71-84

Palavras-chave:

Vidas secas, realismo, figuração da humanidade da personagem, os limites estruturais do capitalismo, as possibilidades objetivas de sua superação

Resumo

Neste trabalho procuramos salientar o caráter não determinista de Vidas secas a partir da leitura do capítulo “Sinha Vitória”. Aí
representa-se e apresenta-se o dia a dia massacrante da personagem no espaço físico e social da fazenda, num mundo cerrado e opressivo de onde ela e os seus aparentemente não podem sair. Tomamos o capítulo como um microcosmo da vida brasileira dos anos 30 do século passado. Evidenciam-se aí os limites estruturais do capitalismo brasileiro, mas, ao mesmo tempo, discute-se a possibilidade de sua superação. Sinha Vitória vive essa situação extrema sem se deixar reduzir na sua humanidade, reflete sobre as possibilidades extremas de superá-la. A leitura que o intelectual Graciliano Ramos faz do Brasil confunde-se com a leitura da personagem, mas ao mesmo tempo distancia-se.

 

Biografia do Autor

  • Hermenegildo José de Menezes Bastos, Universidade de Brasília

    Professor titular de literatura brasileira do Departamento de Teoria Literária e Literatura

    Universidade de Brasília

Referências

BUENO, Luís. Uma história do romance de 30. São Paulo: Edusp, 2006.

CARPEAUX, Otto Maria. Visão de Graciliano Ramos. In: BRAYNER, Sônia (Org.). Graciliano Ramos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

LAFETÁ, João Luiz. 1930: a crítica e o modernismo. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2000.

LUKÁCS, Georg. Estética. Barcelona: Grijalbo, 1967. v. 4

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 105. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.

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Publicado

2015-12-18

Edição

Seção

Dossiê: Problemas e Formas do Realismo na Literatura Brasileira