A rotina de sinha Vitória
sonhos num mundo recalcitrante
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.24.2.71-84Palabras clave:
Vidas secas, realismo, figuração da humanidade da personagem, os limites estruturais do capitalismo, as possibilidades objetivas de sua superaçãoResumen
Neste trabalho procuramos salientar o caráter não determinista de Vidas secas a partir da leitura do capítulo “Sinha Vitória”. Aí
representa-se e apresenta-se o dia a dia massacrante da personagem no espaço físico e social da fazenda, num mundo cerrado e opressivo de onde ela e os seus aparentemente não podem sair. Tomamos o capítulo como um microcosmo da vida brasileira dos anos 30 do século passado. Evidenciam-se aí os limites estruturais do capitalismo brasileiro, mas, ao mesmo tempo, discute-se a possibilidade de sua superação. Sinha Vitória vive essa situação extrema sem se deixar reduzir na sua humanidade, reflete sobre as possibilidades extremas de superá-la. A leitura que o intelectual Graciliano Ramos faz do Brasil confunde-se com a leitura da personagem, mas ao mesmo tempo distancia-se.
Referencias
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