“Cuidado, leitor, ao voltar esta página!”, sobre prefácios, leitores e escritores no Romantismo brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.29.1.155-180

Palavras-chave:

paratexto, prefácio, Romantismo

Resumo

Resumo: Este artigo objetiva identificar e refletir sobre as estratégias discursivas utilizadas nos prefácios de obras que participam da consolidação do sistema literário brasileiro no século XIX: Primeiros cantos, Lira dos vinte anos, A moreninha e Ressurreição. Busca-se estudar as imagens construídas acerca do Leitor, do Autor e da Obra nos textos introdutórios de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Joaquim Manuel de Macedo e Machado de Assis. Parte-se da concepção de paratexto desenvolvida por Gérard Genette (2009) que destaca, especialmente, o aspecto intersticial do prefácio, além do cotejo com dois grandes modelos de prefácio para o Romantismo brasileiro: o Prólogo da Primeira Parte de O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, e Prefácio ao Cromwell, de Victor Hugo. Ao reafirmar a condição de antessala da obra literária, o prefácio é entendido como um limiar entre realidade e ficção que, para além da função circunstancial e pragmática de apresentação do texto, possibilita a criação de uma verdadeira mise-en-scène discursiva. Nesse sentido, aprecia-se como os autores brasileiros, num contexto literário julgado incipiente, constroem os princípios de um “como e por que ler” indispensáveis à formação de um público-leitor.

Palavras-chave: paratexto; prefácio; Romantismo.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flávia Vieira da Silva do Amparo, Universidade Federal Fluminense/ Colégio Pedro II

Professora Titular de Português e Literatura do Colégio Pedro II e Professora Associada de Literatura Brasileira da UFF. Atua nos programas de Pós-Graduação em Estudos de
Literatura e no Mestrado Profissional em Práticas de Educação Básica. Sua pesquisa concentra-se na área de Literatura, Ensino e Formação de Leitores. Publicou os livros
Luiz Murat e Mario de Alencar, da série Essencial, ambos pela Academia Brasileira de Letras, e o Criatividade e interculturalidade, pela CRV, e Criatividade e
Interdisciplinaridade, pela Pedro & João.

Mônica Gomes da Silva, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Doutora em Estudos Literários (2015) pela Universidade Federal Fluminense como bolsista ReUni. Possui experiência docente em níveis Fundamental, Médio e Superior com as disciplinas Português, Espanhol e Literatura Brasileira, e tutora a distância da disciplina Literatura Brasileira III pelo convênio CEDERJ-UFF. Atualmente, leciona Literatura Brasileira como Professora Adjunta na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Participante e líder do Grupo de Pesquisa e Extensão LEIA (Leitura, Escrita, Identidade e Artes). Desenvolve pesquisas na área de correspondência literária e da relação entre leitura, literatura e a fruição estética.

Downloads

Publicado

2020-03-30

Edição

Seção

Artigos