Sevilha andando, com “A sevilhana que não se sabia”
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.29.2.139-158Palavras-chave:
poesia brasileira moderna, João Cabral de Melo Neto, estilo, editoraçãoResumo
Resumo: Em 1987, quando foi publicada a coleção de poemas de João Cabral de Melo Neto intitulada Crime na Calle Relator, “A sevilhana que não se sabia” era o segundo na ordem de exposição, logo após o poema homônimo ao livro. Aquele poema foi reproduzido como o primeiro da coleção seguinte do autor, intitulada Sevilha andando (1989), ao passo que deixou de figurar nas reedições do livro em que constara de início. Assim, o poema que era de um livro passou a compor outro, exclusivamente, por iniciativa do próprio autor, para quem importava a constituição do artefato estético que o livro vem a ser. Este traço diferencial na trajetória do autor incide retrospectivamente sobre toda sua obra, a partir desse evento marcante que interfere na compreensão do que constitui um livro, seja sua publicação ou a reunião de poemas que demanda uma apreciação particularizada, de caso a caso, dos poemas entrelaçados entre si. Acompanhando a repercussão do poema no contexto da obra poética em pauta, será feito um cotejo entre as edições disponíveis dos volumes implicados para se chegar a uma compreensão mais palpável do poema, perspectivado ao longo daquela produção poética.
Palavras-chave: poesia brasileira moderna; João Cabral de Melo Neto; estilo; editoração.
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