Gilberto Freyre, leitor de Luís de Camões

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.29.3.36-55

Palavras-chave:

Gilberto Freyre, Luís de Camões, Lusotropicalismo, emulação

Resumo

Este trabalho aborda o modo como Gilberto Freyre, a partir do seu olhar expressionista, emulou Luís de Camões. Rompendo as fronteiras entre o homem Luís de Camões e a sua obra, Freyre diluiu os limites que separam o autor do narrador, rompendo também as fronteiras entre o sujeito e o seu objeto de estudo. Desse modo, Freyre inscreve Camões e a sua obra em sua gramática sociológica e antropológica e, principalmente, o eleva ao panteão de um dos percussores do Lusotropicalismo.

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Biografia do Autor

Anco Márcio Tenório Vieira, Universidade Federal de Pernambuco

Anco Márcio Tenório Vieira, professor Associado 4 do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), tem trabalhos em periódicos do Brasil e do exterior (a exemplo da Revista USP, Ciência & Trópico, Luso-Brazilian Review, Estudos Portugueses, Cultura Vozes, Remate de Males, Investigações, O Eixo e a Roda e Colóquio Letras) e dezenas de ensaios publicados em livros. É autor de Luiz Marinho: o sábado que não entardece (FCCR, 2004), Adultérios, biombos e demônios (PPGL, 2009) e Dante, a poesia e a sua forma cristã (PPGL/Editora UFPE, 2017). Colaborou com os volumes 3, 4 e 5 da BIBLOS: Enciclopédia VERBO das literaturas de língua portuguesa (Coimbra, 1999-2004) e é coautor dos livros O caminho se faz caminhando: 30 anos do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE (Ed. UFPE, 2006) e Hermilo Borba Filho e a dramaturgia (FCCR, 2010). Organizou o livro Orley Mesquita: prosa e verso (CEPE, 2012), o Teatro Completo de Luiz Marinho (CEPE, 2019, 4 vol.) e Osman e Hermilo: correspondência (CEPE, 2019). É membro do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos, da Universidade de Coimbra (Portugal).

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Publicado

2024-04-23

Edição

Seção

Dossiê: Relações Brasil/Portugal