Os devaneios filosóficos de Hilda Hilst
o caso do poema XVI de Balada de Alzira
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.29.4.214-228Palavras-chave:
Hilda Hilst, Balada de Alzira, Poesia brasileira contemporânea, Filosofia ocidentalResumo
O objetivo deste artigo é demonstrar a presença de elementos filosóficos nos poemas de Hilda Hilst, principalmente naqueles publicados nos livros da década de 1950. Nos poemas contidos nessas obras, a escritora paulista tratou de questões estritamente filosóficas e que identificariam sua produção literária, como o amor, o sagrado, a busca pelo princípio gerador dos primeiros filósofos gregos, o ideal platônico, a morte, o drama da existência, os limites e usos da linguagem, entre outros. Como representativo do que se pretende comprovar, selecionou-se o poema XVI de Balada de Alzira (1951) para análise e discussão, de modo a se tornar evidente a relação entre ambos os campos, literário e filosófico, e se comprovar que nas obras de juventude, Hilda Hilst, caminhando para a maturidade de sua escrita e estilo poéticos, propôs exercícios de pensamento e reflexões profundamente filosóficos.
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