O que resta de Nietzsche ou Narizinho no espelho

Autores

  • Henry Burnett Universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.30.1.06-30

Palavras-chave:

Monteiro Lobato, Nietzsche, filosofia, literatura, formação, influência

Resumo

O artigo procura discutir as principais linhas de influência do pensamento de Nietzsche na formação intelectual de Monteiro Lobato. Para isso, utiliza a troca epistolar do autor com Godofredo Rangel, reunida em A barca de Gleyre. A intenção é demonstrar o lugar destacado que Nietzsche ocupa entre as referências do escritor. Em várias cartas, a interpretação de Monteiro Lobato é claramente equivocada, em outras, alinhada ao que havia de mais progressista. Ao cotejar depoimentos que cobrem quase 50 anos de atividade intelectual, a conclusão é que Monteiro Lobato considerava Nietzsche um modelo de liberdade e independência moral. Até o fim, Lobato permaneceu irmanado ao “seu filósofo”, como se referiu a Nietzsche mais de uma vez.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Tradução de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

AGAMBEN, G. O que resta de Auschwitz. São Paulo: Boitempo, 2008.

ANDRADE, O. Informe sobre o modernismo. In: _____. Estética e política. São Paulo: Globo, 2011. p. 144-155.

ANDRADE, O. Novas dimensões da poesia. In: _____. Estética e política. São Paulo: Globo, 2011. p. 156-174.

ANDRADE, O. O esforço intelectual do Brasil contemporâneo. In: _____. Estética e política. São Paulo: Globo, 2011. p. 39-53.

ANDRADE, O. O futurismo tem tendências clássicas. In: _____. Estética e política. São Paulo: Globo, 2011. p. 32-34.

ARRIGUCCI, D. Movimentos de um leitor: ensaio e imaginação crítica em Antonio Candido. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 nov. 1991. Caderno Letras, p. 6-4.

CAMPIONI, G. Nietzsche e o espírito latino. São Paulo: GEN: Loyola, 2016.

CHAVES, E. “Não se pode falar de Nietzsche, sem relacioná-lo claramente à atualidade”: O Nietzsche “francês” nas páginas da Zeitschrift für Sozialforschung”. Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, São Paulo, n. 16, p. 147-165, jul./dez. 2010. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i16p147-165.

D’IORIO. Nietzsche na Itália. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

FORNARI, Maria Cristina. O filão spenceriano na mina moral de Aurora. Cadernos Nietzsche, São Paulo: Discurso Editorial, n. 24, p. 103-143, 2008.

LEMOS, F. Sade, Nietzsche e o expurgo do pensamento. Revista Trágica, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 68-81, 2014.

LE RIDER, J. Nietzsche en France. De la fin du XIXe siècle au temps présant. Paris: PUF, 1999.

LOBATO, M. A barca de Gleyre. São Paulo: Globo, 2010a.

LOBATO, M. Confissões ingênuas. In: _____. Conferências, artigos e crônicas. São Paulo: Globo, 2010b. p. 168-171.

LOBATO, M. Paranoia ou mistificação. In: _____. Ideias de Jeca Tatu. São Paulo, Globo: 2008. p. 40-41. E-book.

MEYSENBUG, M. Im Anfang war die Liebe. Briefe an ihre Pflegtochter. Berta Schleicher (Org.). 2. ed. Munique: Beck, 1920.

MÜLLER-LAUTER, Wolfgang. A doutrina nietzschiana da vontade de poder. São Paulo: Annablume, 1997.

NIETZSCHE, F. O crepúsculo dos ídolos. Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

NIETZSCHE, F. Rückblick auf meine zwei Leipziger Jahre, 17 de outubro de 1865 – 10 de agosto 1867. In: _____. Frühe Schriften. Hans Joachim Mette e Karl Schlechta (Org.). Munique: DTV, 1994. p. 298.

NIETZSCHE, N. Assim falou Zaratustra. Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

SPAGNOLI, C. Godofredo Rangel leitor: memórias literárias na correspondência trocada com Monteiro Lobato. Revista Teresa, São Paulo, v. 1, n. 19, p. 249-264, 2018. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2447-8997.teresa.2018.146109.

Downloads

Publicado

2024-04-23

Edição

Seção

Artigos