Rastros de sangue do interior aos grandes centros urbanos
a violência como forma de expressão nos romances Assim na terra como embaixo da terra, de Ana Paula Maia, e Gog Magog, de Patrícia Melo
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.32.3.278-304Palavras-chave:
Violência, Ana Paula Maia, Patrícia Melo, Literatura Brutalista, IntertextualidadeResumo
O presente artigo investiga a relação entre os romances Assim na terra como embaixo da terra (2017), de Ana Paula Maia, e Gog Magog (2017), de Patrícia Melo, pelo viés da manifestação da violência na sociedade brasileira contemporânea. Em adição, explora a relação das referidas obras com o contexto de surgimento e consolidação do gênero brutalista na literatura nacional, chegando assim à contribuição das duas autoras para a atualização desse cenário, sempre muito popular entre os leitores. Como suporte teórico da análise, são utilizadas as contribuições dos seguintes autores: Antonio Candido [1987] (1989), Alfredo Bosi (2015) e Karl Erik Schøllhamer (2009), em relação à catalogação e discussão do gênero; Byung-Chul Han [2011] (2017), Jaime Ginzburg (2017) e Slavoj Zizek [2008] (2014), na abordagem da questão da violência e, para um maior entendimento das relações de intertextualidade estabelecidas entre os textos literários, a obra A intertextualidade [2001] (2008), de Tiphaine Samoyault.
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