João Cabral de Melo Neto e a poética de Joaquim
notas a partir de “Paisagens com cupim”
Palavras-chave:
João Cabral de Melo Neto, Paisagens com cupim, Quaderna, modernização, natureza e culturaResumo
O artigo toma como objeto o poema “Paisagens com cupim”, publicado por João Cabral de Melo Neto na obra Quaderna, de 1960, para nele investigar o papel da corrosão produzida pelo animal, a partir da qual identificamos dois embates ao longo do poema, quais sejam: campo x cidade e cultura x natureza. Enquanto o primeiro poderia remeter à modernização conservadora (Brasília, mas também a verticalização da orla da praia de Boa Viagem, no Recife) contemporânea ao poema, da qual Cabral marcaria distanciamento crítico; a segunda daria aspecto dionisíaco à sua poesia, propondo um entrelace entre cultura e natureza. A partir disso, iremos perquirir a possibilidade de uma tradição da corrosão no interior da obra cabralina que, segundo sua fortuna crítica, seria inaugurada pela poética de Joaquim de Os três mal-amados (1943), supostamente minoritária em sua restante produção.
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