Escrita da terra em dois poemas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.34.2.75-84

Palavras-chave:

Ecocrítica, crise ambiental, literatura, poesia

Resumo

À luz da crise ambiental contemporânea, o presente ensaio propõe-se a refletir sobre qual seria o papel da crítica literária no sentido de formular uma “crítica ambiental” ou “ecocrítica” vinculada à materialidade dos artefatos artísticos. Para tanto, o texto divide-se em dois movimentos: de um lado, avalia as principais conceituações da tarefa dos “ecocríticos” segundo as definições que costumam informar a relação entre literatura e meio ambiente na crítica literária; de outro, realiza a leitura de dois poemas, “Dias de dilúvio”, de Leonardo Fróes, e “E também estava vazio (ainda) o útero do céu...”, de Sérgio Medeiros, a fim de investigar as escritas da terra nesses exercícios poéticos ao mesmo tempo próximos e distintos. O que se espera demonstrar, por fim, é que a literatura possui um ecossistema “próprio”, porém inespecífico, e que qualquer contribuição para a questão ambiental, no campo dos estudos literários, atravessa o momento de confronto com o modo de ser das coisas a que conferimos o nome de literatura. 

Biografia do Autor

  • André Cechinel, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) | Florianópolis | SC | BR

    Professor de Teoria Literária e Literatura do curso de Letras da UNESC. Integra Programa de Pós-graduação em Educação da instituição. .

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Publicado

2025-07-08

Edição

Seção

Dossiê: O lugar do sujeito na poesia brasileira contemporânea