O futuro impossível e o futuro morto de Américo Elysio e de Domingos Borges de Barros em Bordeaux e Paris, 1825
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.34.1.%25pPalavras-chave:
poesia, José Bonifácio de Andrada e Silva, Domingos Borges de BarrosResumo
Este artigo propõe uma leitura conjunta de Poesias avulsas de Américo Elysio, de José Bonifácio de Andrada e Silva, e de Poesias oferecidas as senhoras brazileiras por um bahiano, de Domingos Borges de Barros, dois livros de poesia publicados em Paris e em Bordeaux no ano de 1825. Com base nas coincidências que cercam ambos volumes, parte-se da hipótese de que eles se articulam em torno de um refazimento do passado como maneira de discutir as posturas dos poetas em relação ao futuro do Império do Brasil. A leitura do primeiro é realizada em conjunto com Valdei Lopes de Araujo (2006), enquanto que a do segundo confronta as afirmações de Sérgio Alcides (2007). Conclui-se que as obras guardam visões divergentes entre um futuro impossível e um futuro morto que abre caminho para a eternidade.
Referências
ALCIDES, Sérgio. O lado B do neoclassicismo Luso-Brasileiro: patriotismo e poesia no “poderoso império”. In: KURY, L. (Org.). Iluminismo e Império no Brasil: O Patriota (1813-1814). Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, p. 103-140, 2007.
ALEXANDER, Robert. Re-writing the French Revolutionary Tradition: Liberal Opposition and the Fall of the Bourbon Monarchy. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.
ARAUJO, Valdei Lopes de. José Bonifácio, Shakespeare e os Gregos: a língua do Brasil e a imagem nacional. Almanack Braziliense, n. 4, p. 83-92, set. 2006. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1808-8139.v0i4p83-92.
BARROS, Domingos Borges de. Á partida de S. A. R. o Príncipe Regente Nosso Senhor, de Portugal para o Brazil, feita em Paris aos 5 de Janeiro de 1808, recitada em prezença dos Bons Portuguezes alli existentes. O Patriota, Jornal Litterario, Politico, Mercantil, &c do Rio de Janeiro, n. 1, p. 68-73, jan. 1813a.
BARROS, Domingos Borges de. Á Morte da Illustrissima e Excellentissima D. Henriqueta Julia de Menezes, Duqueza de Alafoens, Offerecido em Paris ao Illustrissimo e Excellentissimo Marquez de Marialva seu Irmão. O Patriota, Jornal Litterario, Politico, Mercantil, &c do Rio de Janeiro, n. 2, p. 64-73, fev. 1813b.
BARROS, Domingos Borges de. Poesias oferecidas as senhoras brazileiras por um bahiano. t. 1. Paris: Aillaud, 1825a.
BARROS, Domingos Borges de. Poesias oferecidas as senhoras brazileiras por um bahiano. t. 2. Paris: Aillaud, 1825b.
BERBEL, Márcia; MARQUESE, Rafael; PARRON, Tâmis. Escravidão e política: Brasil e Cuba, c. 1790-1850. São Paulo: Ed. Hucitec/Fapesp, 2010.
CALÓGERAS, J. Pandiá. A política exterior do Império. v. 2. O Primeiro Reinado. Ed. fac-similar. Brasília: Senado Federal, 1998.
DOLHNIKOFF, Miriam. José Bonifácio. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
ELYSIO, Américo. Poesias avulsas de Américo Elysio. Bordeos: 1825.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Poesia. In: Livro dos prefácios. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, p. 395-403, 2017.
MORAES, Mello. O poema dos tumulos. In: PEDRA BRANCA, Visconde da. Os tumulos. Poema philosophico. Bahia: Typographia de Carlos Poggetti, p. ix-xi, 1850.
ODE recitada aos 22 de Janeiro 1825 em Paris, em casa do Viador J M. Gonçalves. Diario Fluminense, v. 5, n. 82, 15/4/1825, p. 330.
RIBEIRO, Gladys Sabina. A liberdade em construção: identidade nacional e conflitos antilusitanos no Primeiro Reinado. 1997. 550 f. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, 1997.
SUZUKI, Kazuhiko. Les Classiques et les Romantiques: une histoire des querelles littéraires (1824-1834). 2018. 373 f. Tese (Doutorado em Literatura Francesa) – Université Paris Nanterre, 2018.



