Queixei-me de baratas
“A quinta história” clariceana em tradução
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.34.2.%25pPalavras-chave:
Clarice Lispector, tradução, linguística de corpusResumo
O presente trabalho analisa “A quinta história”, de Clarice Lispector, bem como suas traduções para as línguas inglesa e espanhola: “The fifth story” e “La quinta historia”, respectivamente. O objetivo central foi analisar o léxico de maior chavicidade no conto e contrastar tal léxico com duas versões do conto clariceano traduzido no exterior. Para atingir tal objetivo, os procedimentos teórico-metodológicos recobrem os Estudos da Tradução em conexão com a Linguística de Corpus. A partir de dados estatísticos e do estabelecimento da lexia “baratas” como unidade lexical de maior chavicidade (e, analogamente, “cockroaches” e “cucarachas”, nas traduções), apresenta-se análise qualitativa em que se interpreta o uso simbólico da barata, figurada como representante do mal no conto analisado, de modo específico; estendendo, parcialmente, as análises, para a literatura clariceana, de modo geral. Em relação às traduções, os resultados ilustram que as escolhas lexicais dos tradutores podem conduzir a leituras diversas em relação ao texto em português.
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