O jardim da dissolução
considerações sobre o poema “Jardim”, de Carlos Drummond de Andrade
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.14..139-145Keywords:
“Jardim”, Drummond, Dissolução, Presságio, Metamorfose.Abstract
O poema “Jardim”, do livro de Novos poemas (1946/1947), de Carlos Drummond de Andrade, surge num momento em que o poeta
parece transfigurar suas inquietações sociais, transformando-as em preocupações poéticas, antecipando sua luta para “esconder o objeto”, para elidir o assunto. O excesso de consciência histórica do poeta leva à sua própria exaustão, prenunciando doravante o momento de renúncia ao tempo e à tradição. Este texto procura mostrar como o “Jardim” inaugura uma nova tendência na obra de Drummond, metaforizando a poesia que não se desvela, o momento que se insinua, mas não se mostra ainda, o ser poético que se metamorfoseia pressentindo sutilmente o novo estágio, que se deixa perceber mais explicitamente em Claro enigma.
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