Entre a atrocidade e a brutalidade

a estreia de dois contistas em 1922

Autores/as

  • Marcus Rogério Tavares Sampaio Salgado Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.25.2.151-173

Palabras clave:

literatura brasileira, modernismo, neonaturalismo, decadentismo.

Resumen

O artigo apresenta um estudo sobre dois livros de contos publicados em 1922: Os condenados, de Gabriel Marques, e Brutalidade, de Afonso Schmidt. Pouco referidas pela historiografia literária, essas obras obtiveram relevante circulação em sua época e representam posições sistêmicas bastante particulares no campo literário brasileiro da década de 1920, apresentando, ainda, convergências estéticas.

Biografía del autor/a

  • Marcus Rogério Tavares Sampaio Salgado, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

    Doutor em Ciência da Literatura (UFRJ) e autor de A arqueologia do resíduo: os ossos do mundo sob o olhar selvagem e A vida vertiginosa dos signos. Traduziu, para o português, obras de Jean Lorrain, Pierre Mabille e Ted Hughes. Traduziu, para o inglês, textos de Cruz e Sousa, Sosígenes Costa e Fernando Mendes de Almeida. Tem atuado como professor de Teoria Literária e Literatura Brasileira em instituições federais de ensino superior brasileiras (como a UFF e a UnB) e internacionais (Universidade de Santiago de Compostela). Atualmente é professor adjunto de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Publicado

2016-12-29

Número

Sección

Dossiê: O Conto Brasileiro na Primeira Metade do Século XX