Escrever a alteridade, inscrever o animal

entre Jacques Derrida e Clarice Lispector

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.29.1.7-32

Palabras clave:

Derrida, Lispector, animal studies, humanismo, desconstrução

Resumen

Resumo: Trata-se de apresentar a questão ético-política que o problema da alteridade animal coloca através de uma articulação entre filosofia e literatura. Para tanto, primeiramente exponho uma leitura parcial sobre as diversas conferências dadas por Jacques Derrida em torno do assunto. Conferências essas reunidas sobre o título “O animal que logo sou”, verdadeiro ensaio para uma filosofia futura capaz de (re)escrever a animalidade a partir da tradição filosófica. Nesta releitura, proponho que o principal resultado do texto derridiano é uma recolocação da questão ética da violência sobre o outro, assim como uma reflexão política sobre o caráter antropocêntrico da modernidade. Feito isso, passo para uma análise de um conto de Clarice Lispector intitulado “O crime do professor de matemática”. Conto que compõe a coletânea Laços de Família e que consiste em um agudo relato sobre a relação entre o homem e o animal. Mais do que um simples exercício de exemplificação, trata-se de pensar com a literatura um tema que, historicamente, fora enclausurado pelo discurso filosófico no dualismo próprio ao que Derrida chama de “tradição do cogito”.

Palavras-chaves: Derrida; Lispector; animal studies; humanismo; desconstrução.

 

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Publicado

2020-03-30

Número

Sección

Artigos