Crônica da cidade assassina
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.30.1.58-82Palabras clave:
Lúcio Cardoso, casa, cidade, demonismo, malResumen
Para além do maniqueísmo de caráter restritamente religioso, comum à obra de Lúcio Cardoso, o romance Crônica da casa assassinada reorienta a dicotomia bem/mal, desdobrando a antítese primeira em outras significações, que conduzem à oposição, de cunho imanente, entre a província e a cidade, a família e o sujeito, a casa e a rua. A protagonista Nina, emissária da ordem da cidade, sucumbe ao desencadear a destruição do mundo patriarcal; nesse sentido, encarna o demonismo do sujeito moderno adaptado às singularidades do contexto local.
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