A máquina do Real
“O cão sem plumas”, de João Cabral de Melo Neto, como agenciamento
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.30.1.206-232Palabras clave:
poesia, literalidade, agenciamentoResumen
O objetivo deste artigo é realizar uma leitura do poema de João Cabral de Melo Neto, “O cão sem plumas”, utilizando-se de ferramentas teóricas provenientes da filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari. O operador central da análise é o conceito de agenciamento e seus desdobramentos (desterritorialização, ritornelo etc.), ligado à noção de poema como máquina, postulada tanto pelo próprio Cabral quanto por alguns de seus principais comentadores. A consequência é a compreensão da poesia de Cabral como uma grande experimentação, que foge a qualquer tentativa de redução interpretativa, e o entendimento de que a linguagem poética pode exercer-se como pura literalidade, aproximando-se de um pensamento imanente irredutível a qualquer forma de transcendência.
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