Escatologia e mito cosmogônico na obra romanesca de Lúcio Cardoso
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.32.1.07-31Palabras clave:
Cardoso, Lúcio (1912-1968), romance brasileiro, criação (literária, artística etc.)Resumen
Tomando um conjunto considerável de textos de Lúcio Cardoso e reproduzindo trechos de seus artigos, dos Diários (2012), da Crônica da casa assassinada (1959), de manuscritos inéditos, de cartas, assim como fragmentos de entrevistas e depoimentos que concedeu, este artigo pretende apresentar o projeto ficcional do escritor mineiro em torno de uma cidade imaginária. A hipótese defendida é a de que o romance de 1959 integraria um grande ciclo que recebeu o nome de Crônica da cidade assassinada nos manuscritos dos Diários e cujo propósito seria narrar a história de decadência e destruição de uma pequena cidade, situada pelo romancista na Zona da Mata Mineira. O título do ciclo tem sido associado ao do romance, como se designasse a mesma obra, ideia que é contestada no texto.
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