Migração e morte na tradução intersemiótica de Morte e vida severina
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.32.3.144-172Palabras clave:
literatura, cinema, tradução intersemiótica, Morte e vida severina, João Cabral de Melo Neto, Charles PeirceResumen
O objetivo deste trabalho consiste em discutir a tradução intersemiótica do texto literário Morte e vida severina: auto de Natal pernambucano, escrito por João Cabral de Melo Neto, para o filme Morte e vida severina em desenho animado, dirigido por Afonso Serpa. Circunscrito no escopo da pesquisa qualitativa, este estudo se configura como documental e bibliográfico. Procedemos, inicialmente, com uma análise de elementos do livro (o gênero literário, a linguagem, as personagens, o enredo, o espaço, a ironia e a crítica social) e do filme (o movimento cinematográfico, as cores, a fotografia, a caracterização das personagens e a sonoplastia) para, então, abordarmos como ocorreu o processo de tradução intersemiótica de dois signos: a migração e a morte. Nossa discussão se ancora na Semiótica de Charles Peirce (2005) a fim de compreender a produção de significados resultante da passagem do sistema literário para o cinematográfico. Para a construção do signo migração, evidenciamos que, no livro, Cabral faz uso de determinados vocábulos e expressões, das rubricas e dos espaços. No filme, em contrapartida, Serpa recorre à cenografia, à profundidade de campo, aos enquadramentos, aos planos e aos movimentos de câmera. Já o signo morte ganha vida no livro por meio do tema, das personagens e do discurso. Na película, por sua vez, constrói-se por meio da fotografia, das cores, das personagens, da intertextualidade e da mise-en-scène.
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