O cabelo e o pertencimento étnico-racial negro em O mundo no black power de Tayó, de Kiusam de Oliveira
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.32.4.405-419Palabras clave:
literatura afro-brasileira, identidade, cabelo, racismo, O mundo no black power de TayóResumen
Este artigo tem como objetivo discutir a construção da identidade negra a partir da análise da obra O mundo no black power de Tayó da escritora brasileira Kiusam de Oliveira. Como aporte teórico recorreu-se às discussões acerca do racismo e da identidade negra. Os autores utilizados como referência para construção deste artigo foram: Almeida (2020); Cuti (2010); Fanon (2008); Ianni (2004); Kilomba (2019); Oliveira (2013); Ribeiro (2017). O cabelo da mulher negra é um mecanismo de identidade, já que desde a infância os cabelos são uma extensão de sua condição feminina e de reconhecimento como negra. A metodologia básica aplicada para construção deste artigo é caracterizada como análise-crítica qualitativa, tendo como corpus de análise O mundo no black power de Tayó, de Kiusam de Oliveira. A obra em estudo dialoga acerca da ressignificação do valor da cultura negra no Brasil e, ao enfatizar o penteado, a escritora traz a marca da resistência negra, além de ser uma obra que permite ao leitor refletir sobre igualdade e justiça social, assim como entender os atos de racismo, preconceito e discriminação que acontecem em diferentes esferas da sociedade.
Referencias
ALMEIDA, S. L. de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro: Editora Pólen, 2019.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Articulação Interfederativa. Temático Saúde da População Negra. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. (Painel de Indicadores do SUS; v. 7, n. 10). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/tematico_saude_populacao_negra_v._7.pdf. Acesso em: 3 fev. 2023.
CUTI. Literatura negro-brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2010. (Coleção consciência em debate).
FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Tradução: Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.
IANNI, O. Dialética das relações raciais. Estudos avançados, [s. l.], v. 18, n. 50, p. 21-30, 2004. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142004000100003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/78rQndTBbYLBzHMdc3ygj4w/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 3 fev. 2023.
KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução: Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
OLIVEIRA, K. de. O mundo no black power de Tayó. São Paulo: Peirópolis, 2013.
RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017. (Coleção Feminismos plurais).
SILVA, A. de M. S. e. EscreVivência: itinerário de vidas e de palavras. In: DUARTE, C. L.; NUNES, I. R. (Orgs.). Escrevivência: a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020. p. 114-133.